segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Erundina: toda coerência será castigada

A ex-prefeita de São Paulo e deputada federal Luiza Erundina deixou claro ontem que sairá do PSB se o partido acolher políticos como o prefeito Gilberto Kassab e o vice-governador Guilherme Afif Domingos, ambos de saída do DEM.

Erundina destacou sua proximidade com o PT, partido do qual saiu em 1997, mas disse esperar que a Justiça Eleitoral impeça a concretização de uma eventual manobra de Kassab e da cúpula do PSB - nessa hipótese, estaria assegurada sua permanência na legenda.

Como a senhora vê a possibilidade de Kassab e Afif criarem outro partido para depois migrar para o PSB?

confirmar, será absolutamente incompatível com a minha opção política pelo PSB. Serei uma estranha no ninho. A convivência, tanto para essas pessoas quanto para mim, será praticamente inviável. Com certeza não terei lugar nesse partido.

A senhora deixará o PSB?

Isso poderá acontecer, mas temos de ver em que termos. Há uma questão legal a ser esclarecida. Se eles vão criar outro partido já com o propósito de se incorporar ao PSB, como é que a Justiça Eleitoral vai interpretar esse mecanismo oportunista? É claramente um artifício para fugir do enquadramento na infidelidade partidária.

A legislação não ameaçaria seu próprio mandato em caso de troca de partido?

Se isso (fusão do PSB com partido criado apenas com esse objetivo) pode ser feito, quem estará sendo infiel? Digamos que um de nós, que não concorde com essa via do partido trampolim, queira sair do PSB. Quem sair poderá alegar que foi o partido quem mudou de rumo. Há possibilidade de você não ser punido por infidelidade se a infidelidade se deu pelo partido no qual você está.

Nos últimos anos, a senhora se reaproximou de líderes do PT. Seu retorno ao partido é uma possibilidade?

Essa proximidade minha com os petistas existe. No fundo, minha prática política e meus compromissos não se alteraram um milímetro em relação ao que fazia como petista. Essa base histórica, essa militância, essa identidade nunca deixou de existir. Tenho muitos eleitores que são filiados ao PT. Nunca tive distanciamento com o partido. Alguns dirigentes é que se distanciaram. Mas há companheiros com quem mantenho relação de confiança, de afinidade na luta política. Durante a campanha de Dilma, na qual me engajei, havia manifestações públicas e coletivas para que eu voltasse ao PT. Mas trocar de partido é muito complexo, é traumático. Quero primeiro acreditar que isso (a migração de líderes do DEM) não se confirmará. É um absurdo um partido que estava crescendo como referência política para a sociedade de repente perder tudo em nome de um projeto de poder a médio e longo prazo. Essa não pode ser a lógica predominante em um partido que se pretende de esquerda, socialista e democrático.

fonte: Daniel Bramatti - O Estado de S.Paulo

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Skaf agradece Temer pelas 'portas abertas' no PMDB, mas seu foco é Fiesp

O vice-presidente Michel Temer (PMDB) esteve na última sexta-feira na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) para falar do que chamou de 'reforma política possível'. Na ocasião, afirmou ao presidente da instituição, Paulo Skaf, que o PMDB está de portas abertas para recebê-lo. O empresário, disse que fica muito honrado com o interesse peemedebista, mas que por enquanto está focado em buscar a reeleição para a presidência da Fiesp, que acontece no dia 11 de abril. Skaf mencionou que está feliz ao integrar o PSB. -

Durante o almoço, a portas fechadas, o vice de Dilma defendeu uma reforma política que privilegia o voto distrital majoritário. "As portas estão abertas, mas isso depende dele. Ele [Skaf] está examinando", disse Temer entre risos, ladeado por Skaf. Por sua vez, Skaf agradeceu. "Você sabe que política é diálogo, conversa, não tenho nada a reclamar do PSB e continuo no partido. Agradeço ao PMDB pelo gesto de carinho em deixar as portas abertas", retribuiu.~

http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=5&id_noticia=362925

Eduardo Campos vai ter novo encontro com Kassab

Do Jornal do Commercio

Presidente nacional do PSB, o governador Eduardo Campos tem novo encontro com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), hoje à noite. O dirigente estará na capital paulista para participar, às 19h, da comemoração dos 90 anos do jornal Folha de São Paulo. A reunião com Kassab deverá ocorrer após a festa, novamente no apartamento do democrata, que recebeu Eduardo no último dia 9. Em pauta, os novos passos das duas lideranças rumo a um projeto comum: tornar, no caso o PSB, uma alternativa de poder à polarização PT x PSDB, que há 20 anos se alternam na presidência da República.

Kassab projeta sair do DEM, levando a tiracolo mais de 20 dissidentes, e fundar o PDB (Partido da Democracia Brasileira) com a promessa de fusão com o PSB. É uma virada e tanto para o prefeito, até então ligado a José Serra (PSDB), derrotado pela presidente Dilma Rousseff (PT) na eleição passada. A novela Kassab pode durar até setembro – prazo limite para mudança de partido. Mas o desfecho poderá ocorrer em 15 de março, data da convenção do DEM.

Pragmático, Eduardo já afirmou que só tratará (em público) do assunto quando o prefeito de São Paulo definir seu futuro partidário. Enquanto isso, o dirigente socialista segue fortalecendo o PSB e cuidando ainda mais de sua imagem de político nacional. Entende que para um partido ganhar espaço precisa ser forte em São Paulo, o maior colégio eleitoral do País.

http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2011/02/21/eduardo_campos_vai_ter_novo_encontro_com_kassab_92719.php