quarta-feira, 25 de agosto de 2010

FICHA SUJA

TSE barra primeiro 'ficha suja'
Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barraram na noite de hoje (25) o primeiro candidato enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

Trata-se de Francisco das Chagas Rodrigues Alves (PSB) que teve a candidatura a deputado estadual negada pelo TRE-CE após ter sido condenado por compra de votos nas eleições de 2004, quando concorreu a vereador pelo município de Itapipoca (CE).

O placar do julgamento de hoje ficou em 5 a 2 pela aplicação da Lei da Ficha Limpa.

Votaram contra a candidatura de Alves os ministros: Ricardo Lewandowski (presidente); Cármen Lúcia; Aldir Passarinho Junior; Hamilton Carvalhido e Arnaldo Versiani.

Votaram a favor, os ministros Marcelo Ribeiro (relator) e Marco Aurélio Mello.

No voto apresentado, na semana passada, o ministro Marcelo Ribeiro avaliou que a Lei da Ficha Limpa deveria respeitar o princípio da anualidade.

Esse princípio estabelece que qualquer alteração na Lei Eleitoral só vale um ano depois da criação da nova regra.

Como a Lei da Ficha Limpa foi publicada no Diário Oficial em junho deste ano, no entender de Ribeiro, ela só poderia ter efeito nas eleições municipais de 2012.

Apesar da defesa de Ribeiro, que teve apoio de Marco Aurélio, a maioria dos ministros manteve o entendimento, assim como realizado em junho, que a Ficha Limpa não altera a Lei Eleitoral, apenas estabelece novos parâmetros para a sua aplicação.

Fonte: Blog do Noblat

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Dilma declara apoio a Mercadante e a Skaf em SP

A candidata do PT à sucessão presidencial, Dilma Rousseff, disse na manhã de hoje que "dará força" a dois candidatos nas eleições de São Paulo. Em visita à unidade mais antiga do País do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), no bairro do Brás, na região central da capital paulista, Dilma foi guiada pelo candidato do PSB ao governo do Estado, Paulo Skaf, a quem declarou apoio. "Eu acredito que aqui em São Paulo tenho dois palanques, no mínimo", disse a candidata. "O Skaf é um deles e o outro é o (Aloizio) Mercadante (PT)", acrescentou.

Antes mesmo do sol nascer, Dilma já estava hoje ao lado de Mercadante e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na porta de uma fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Horas depois, a candidata do PT acompanhava Skaf na visita à unidade de educação, da qual o candidato foi presidente regional em São Paulo.

O palanque duplo seria um meio de o PT levar a corrida estadual para o segundo turno. "Eu estou acompanhando o Skaf porque considero uma pessoa capacitada", avaliou. "E vou dar força para os dois (candidatos). Porque os dois me apoiam", ressaltou a petista, em coletiva de imprensa concedida do lado de fora do Senai.

A candidata aproveitou a visita para falar sobre o cenário eleitoral paulista e tecer críticas à administração do PSDB. "Acredito que para o governo de São Paulo estão concorrendo pessoas qualificadas. Acho importante que isso ocorra, porque não vejo muito sentido em manter por mais quatro anos uma administração que já dura por dezesseis." Dilma acusou os tucanos de ainda não terem trazido "grandes resultados" na área da educação.

Escolas profissionalizantes

Dilma afirmou que antes da gestão do presidente Lula foram criadas no País apenas 140 escolas profissionalizantes. E que até o final deste ano, com os esforços do governo atual, o número é de 214. Dilma prometeu que, se eleita, irá construir uma unidade de ensino profissionalizante em cada município com população igual ou superior a 50 mil habitantes, ou nas cidades que sejam centro de regiões. E elogiou o padrão das escolas do Senai, ressaltando que é um modelo importante para o País.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,dilma-declara-apoio-a-mercadante-e-a-skaf-em-sp,599116,0.htm

sábado, 14 de agosto de 2010

Missa lembra cinco anos de falecimento de Miguel Arraes

Os cinco anos da morte do ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes, foram lembrados na manhã deste sábado (14), durante missa na Paróquia de Casa Forte, Zona Norte do Recife. A missa foi celebrada às 9h pelo padre Edvaldo Gomes.

Na primeira fila da igreja estavam a viúva Madalena Arraes, ao lado do neto e governador Eduardo Campos e da filha e deputada federal Ana Arraes. Também estavam presentes a primeira-dama Renata Campos, além de netos e bisnetos do ex-líder do PSB.

Da igreja, o governador Eduardo Campos segue para caminhada em Prazeres, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.

http://jc.uol.com.br/canal/cotidiano/grande-recife/noticia/2010/08/14/missa-lembra-cinco-anos-de-falecimento-de-miguel-arraes-232535.php

Skaf ataca 'médico' Alckmin e promete revolução escolar

Edu Cerioni
Agência BOM DIA
Foto: Julio Monteiro/Agência BOM DIA

Dono da maior arrecadação na campanha para governador até aqui, R$ 3,490 milhões, Paulo Skaf (PSB) fez uma festa barulhenta, graças aos rojões, e colorida, com centenas de bandeiras, neste sábado nas ruas centrais de Jundiaí.

Contratados por um salário mínimo ao mês, os agitadores de bandeiras (50 vieram de Campinas e outros da Capital) garantiram muita empolgação na passagem do presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) pela cidade.

O líder das pesquisas, Geraldo Alckmin (PSDB), foi o alvo de Skaf: “Como um médico que está há 14 anos no governo deixa que a saúde pública seja esse desastre? É um desrespeito com a população. Vamos mudar isso, usando equipamentos ociosos e atacando o problema de saúde básica junto com as prefeituras”, disse.

Skaf defendeu o TAV (Trem de Alta Velocidade). Para ele, é um investimento que São Paulo não pode perder. “O [José] Serra (candidato tucano à presidência) é contra. Mas eu sou a favor. Vai ser a solução para os aeroportos e vai desafogar o trânsito. São Paulo merece o trem-bala”.

Sobre a parada em Jundiaí, desconversou: “É uma questão técnica”.

Para ele, a educação precisa passar por mudanças profundas. Ele citou no discurso o trabalho desenvolvido pelo Sesi. “Vou fazer uma revolução escolar junto com os professores, não contra eles”, alfinetou o PSDB de novo.

O candidato dos empresários se diz contra a progressão continuada nas escolas e assegurou que, caso eleito, vai apostar na formação técnica.

Cristiano Lopes, candidato a deputado estadual por Jundiaí, estimou em 500 as pessoas na passeata.

Pelo menos no discurso ele é diferente
Skaf tem ao seu lado um trunfo: não é político de carreira. Com isso, consegue algumas tiradas que os adversários não podem repetir. Uma delas ontem foi essa: “Eu sou alguém que não promete e faz. Imagine agora que estou me comprometendo com as mudanças”.

Foi assim que reagiu ao ser questionado sobre as pesquisas que o deixam longe do sonho de governar o Estado mais rico do país. “A campanha começa agora. Tenho 5 debates e o horário eleitoral gratuito (começa terça) para mostrar que sou a novidade na política. Muita água vai rolar ainda”, disse.

Skaf foi surpreendido por uma eleitora que lamentou veementemente seu apoio a Dilma Roussef (PT). Deu um tapinhas costas dela e mudou de assunto, lembrando que sua candidata a vice era uma mulher (a médica Marianne Pinotti). A reclamante saiu sem entender nada.

http://www.redebomdia.com.br/Noticias/Politica/27821/Skaf+ataca+%27medico%27+Alckmin+e+promete+revolucao+escola

No Piauí, pesquisa Ibope mostra empate entre Wilson Martins (PSB) e Sílvio Mendes (PSDB)

O Ibope divulgou a primeira pesquisa para o governo do Piauí após as candidaturas estarem consolidadas. Com 3 pontos percentuais de margem de erro e realizada entre os dias 10 e 12 de agosto a pesquisa aponta para um empate técnico entre o candidato a reeleição, Wilson Martins (PSB) e Sílvio Mendes (PSDB) tanto na pesquisa estimulada como na espontânea. A pesquisa foi divulgada nesta sexta (13) e foi solicitada pela TV Clube, afiliada da TV Globo no Piauí.

Na pesquisa estimulada Wilson Martins aparece com 24% das intenções de voto contra 22% de Sílvio Mendes. João Vicente Claudino (PTB) está 19% das intenções de voto alcançando dentro da margem de erro o candidato Sílvio Mendes. Teresa Britto (PV) alcançou 2% das intenções de voto, Major Avelar (PSL) 1%, Geraldo Carvalho (PSTU) 1%. Romulado Brasil (Psol) e Francisco Macedo (PMN) não alcançaram 1% das intenções de voto. Brancos e Nulos somaram 2% e Indecisos são 26%.

Já na pesquisa espontânea impressiona que 50% dos entrevistados ainda não escolheram um candidato ao governo do Estado. Wilson Martins foi escolhido por 16% dos entrevistados, enquanto Sílvio Mendes recebeu 15% das intenções de voto, o que mostra outro empate técnico. João Vicente Claudino tem 10% das intenções de voto e Teresa Brito 1%. Os outros candidatos juntos somaram 3%. Brancos e Nulos foram 5%.

Foram entrevistados aproximadamente 2000 pessoas e a pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) com o número 20927/2010.

http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2010/noticias/0,,OI4622580-EI15333,00-No+Piaui+pesquisa+Ibope+mostra+empate+entre+Martins+e+Mendes.html

Ricardo Coutinho defende construção de mais hospitais na PB

O candidato ao Governo da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), defendeu a reestruturação dos hospitais regionais e a ampliação do número de unidades de saúde estaduais. Ricardo visitou os municípios de Emas e Catingueira e falou sobre a necessidade de investir na rede hospital daquela região do Sertão paraibano.

"A Paraíba precisa investir em saúde. Essa região em especial precisa de mais hospitais, que prestem serviços de alta complexidade como tomografia, ecocardiograma, tratamento para câncer e outras doenças graves. Para isso, temos que fazer um estudo para ver quais municípios devem abrigar mais hospitais. É necessário tirar a saúde da Paraíba da UTI", comentou.

A Caravana da Verdade segue pelo Sertão do Estado. Por onde passam, Ricardo Coutinho (PSB), Rômulo Gouveia (PSDB) e Cássio Cunha Lima (PSDB) são recebidos de braços abertos pelos moradores. Muitos deles destacaram o trabalho realizado por Ricardo Coutinho na área de saúde em João Pessoa.

http://www.psbnacional.org.br/index.php/content/view/8417/Ricardo_Coutinho_defende_construAo_de_mais_hospitais_na_PB.html

Mauro Mendes diz que MT vai entrar no ciclo da industrialização

O candidato ao Governo de Mato Grosso pelo PSB, Mauro Mendes (PSB), reuniu, nesta semana, com os funcionários do curtume Viposa, localizado na comunidade de Capão Grande, em Várzea Grande.

Mauro destacou que, à frente do governo de Mato Grosso, vai trabalhar justamente na atração de indústrias de grande porte para fazer o beneficiamento da matéria-prima produzida em Mato Grosso, como o couro.

"Mato Grosso tem que deixar de ser fornecedor de produtos primários e partir para a industrialização. Assim vamos agregar valor à matéria-prima e criar mais oportunidades ao mato-grossense", disse Mauro, acrescentando que vai criar mais de 200 mil empregos nos próximos quatro anos.

O couro fabricado no curtume de Várzea Grande é exportado para países como Alemanha, Itália e Japão, atendendo empresas como a montadora de automóveis Honda. Hoje, 160 funcionários trabalham no curtume.

O empresário Marcelo Paes de Barros, ex-diretor do curtume e organizador da visita, destacou que é a primeira vez que os funcionários recebem um candidato, por acreditarem no trabalho de Mauro Mendes. "Sou diretor na Fiemt (Federação das Indústrias de Mato Grosso) e conheço o trabalho sério e competente do Mauro".

O funcionário Manoel Delegado pontuou a satisfação em poder conhecer pessoalmente o candidato. "Eu já tinha decidido por votar nele e agora, ouvindo suas propostas, fiquei satisfeito. Entre os candidatos, o Mauro é o melhor".

http://www.psbnacional.org.br/index.php/content/view/8423/Mauro_Mendes_diz_que_MT_vai_entrar_no_ciclo_da_industrializaAo.html

Ibope: Cid Gomes tem 49% das intenções de voto no Ceará

Na primeira rodada da pesquisa Ibope para o governo do Ceará, o governador Cid Gomes (PSB), candidato à reeleição, aparece com potencial para vencer no primeiro turno.

Cid tem 49% das intenções de voto, contra 24% de Lúcio Alcântara (PR) e 9% de Marcos Cals (PSDB). O Ibope ouviu 1.204 eleitores cearenses de 28 de julho a dois de agosto. Os candidatos Soraya Tupinambá (PSOL), Francisco das Chagas Gonzaga (PSTU), Marcelo Silva (PV) e Maria Natividade (PCB) obtiveram cerca de 1% cada, informa o Ibope. Eleitores indecisos somaram 9%, e brancos e nulos, 6%.

A margem de erro é de três pontos percentuais para cima ou para baixo. A pesquisa contratada pela emissora, que é afiliada da Rede Globo, está registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) com o número 40508/2010.

http://www.psbnacional.org.br/index.php/content/view/8408/Ibope_Cid_Gomes_tem_49_das_intenAes_de_voto_no_Cear.html

Ibope: Renato Casagrande seria eleito no 1º turno com 51% no ES

Pesquisa divulgada pelo Ibope revelou que o candidato do PSB ao governo do Espírito Santo, Renato Casagrande, lidera a disputa para o cargo, com 51% das intenções de voto. Em segundo lugar aparece o candidato do PSDB, Luiz Paulo Velozo Lucas, que possui 18% das intenções de voto. Dr. Gilberto Caregnato (PRTB) aparece em terceiro, com 2%, enquanto Brice Bragato (PSOL) e Avelar (PCO) estão empatados, com 1% da preferência.

A pesquisa foi encomendada pela Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) e o Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes).

A pesquisa também confirmou as expectativas da Findes quanto à visão do capixaba sobre sua própria situação econômica, com cerca de 81% dos entrevistados afirmando que o ano de 2010 está sendo bom/muito bom. "Esta visão positiva da população capixaba sobre a nossa economia reflete diretamente no aumento do consumo no comércio, que por sua vez aumenta a demanda junto às indústrias que, por fim, repassam este aumento aos seus fornecedores. Trata-se de um círculo virtuoso que só fortalece a nossa economia", avaliou o presidente da Findes/Cindes, Lucas Izoton. O otimismo do capixaba também reflete em seu temor pelo desemprego, com 52% afirmando que não se preocupam com esta questão.

"Um dos trabalhos mais fortes da Findes é justamente de oferecer qualificação profissional a setores que alavancam nossa economia, porém ainda contam com escassez de pessoal qualificado, e isto acaba influenciando um pouco nas opiniões de quem teme pelo desemprego na pesquisa", ponderou Izoton.

A pesquisa ouviu 812 eleitores, entre os dias 22 e 25 de julho. O intervalo de confiança estimado é de 95% e a margem de erro estimada é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos. Ela foi registrada no TRE/ES sob número 10613/2010 e no TSE sob protocolo 20616/2010.

http://www.psbnacional.org.br/index.php/content/view/8397/Ibope_Renato_Casagrande_seria_eleito_no_1_turno_com_51_no_ES.html

"O DF vive um momento de renovação”, avalia Rollemberg

Candidato ao Senado tem esperanças de que, no momento pós-crise política, marcada pela Operação Caixa de Pandora, os eleitores brasilienses possam eleger ele e Cristovam Buarque, que fazem parte do mesmo grupo encabeçado pelo petista Agnelo Queiroz

Aos 51 anos, Rodrigo Rollemberg (PSB), já grisalho, mantém a disposição de acordar bem cedo e dormir de madrugada no corpo a corpo com o eleitor. Mais maduro, no entanto, ele agora não é mais apenas o candidato da juventude. No primeiro mandato no Congresso, como deputado federal, conseguiu se destacar como líder da bancada do PSB durante dois anos, participou da discussão e aprovação de leis, como a da Ficha Limpa, e agora, pela segunda vez, em 20 anos de política, disputa um cargo majoritário. Em 2002, o socialista concorreu a um mandato de governador, sem sucesso. Ficou em 4º lugar. Rollemberg, no entanto, aposta que o momento atual é diferente. Na sua avaliação, o eleitorado, mais do que nunca, procura renovação e políticos com passado limpo. Embora evite fazer ataques duros a Joaquim Roriz (PSC), ele sustenta que o ex-governador integra uma safra de políticos do passado que já deram a sua contribuição. Por isso, Rollemberg mergulhou na candidatura do petista Agnelo Queiroz e avalia que o quadro de crise no DF possibilitará uma inovação nessas eleições — a vitória de dois candidatos ao Senado do mesmo grupo. Depois de uma semana em que perdeu noites de sono e acendeu velas para espantar um problema relacionado a seu primeiro suplente, Hélio José, Rollemberg promete não interferir na escolha do substituto do petista que se desfiliou após ter o nome envolvido em denúncias de abuso sexual. O novo suplente, segundo Rollemberg, será, mais uma vez, uma escolha do PT.

Esta semana, o fato relevante foi o indeferimento da candidatura de Joaquim Roriz. Qual será o reflexo na sua campanha?
Esse é um assunto da Justiça. É claro que a Justiça tem suas razões para ter tomado essa decisão. A Lei da Ficha Limpa está criando outros referenciais da política no Distrito Federal e no país. Mas nós temos que nos preocupar é com a nossa campanha.

Esta situação de indecisão sobre o destino de Roriz traz algum reflexo direto na campanha de Agnelo?
Percebo que a campanha de Agnelo vem ganhando substância a cada dia. O ânimo está maior. Há um sentimento de crescimento independentemente da decisão relacionada ao Roriz.

Maria de Lourdes Abadia também pode ter o registro negado pela Lei da Ficha Limpa. Isso favorece seus planos?
Eu me preparei para fazer uma campanha propositiva. A contribuição que a gente pode dar é essa. Não estou preocupado com a decisão da Justiça em relação à Abadia. É claro que traz consequências na campanha. Mas quero que as pessoas votem em mim independentemente dos adversários, em função das propostas para o DF e para o país.

Tradicionalmente, na história do DF, na disputa por duas vagas, dois candidatos de grupos opostos sempre foram eleitos. Por que dessa vez seria diferente?
Há um sentimento muito forte de renovação. Mais do que isso. De inovação na política do DF. E acho que uma das inovações será a eleição de dois senadores do campo democrático e popular. Tenho feito uma campanha bastante colada na do Cristovam. Tenho dito que será bom para o DF eleger dois senadores com esse perfil, um ex-governador que levanta a bandeira importante para o país, que é a educação, um homem correto. E apresento toda a minha trajetória, especialmente o meu mandato como deputado federal em que fui muito bem avaliado pelo Diap (Departamento Intersindical de Assuntos Parlamentares), fui eleito por 146 jornalistas que cobrem o Congresso Nacional como um dos 10 melhores deputados, bati todos os recordes de recursos para o DF desde que existe a representação política e me envolvi em projetos importantes para o aperfeiçoamento político do país, como a Lei da Transparência, a Lei da Ficha Limpa. Portanto, me sinto preparado e o PSB também considerou que seria o momento de disputar o Senado com o apoio de 11 partidos.

O PSB tem o discurso da ética, mas Rogério Ulysses, o único deputado distrital eleito pelo partido em 2006, foi citado na Caixa de Pandora. Ficou alguma sequela no partido?
Não. O PSB foi muito firme. Ele foi expulso. Foi uma decisão tomada por unanimidade depois de um processo em que se garantiu ampla defesa, mas em nenhum momento o PSB titubeou em manter o princípio em defesa da ética.

Na campanha, o senhor teve um problema com seu primeiro suplente, Hélio José, acusado de agressão sexual de uma menor. Esse assunto está resolvido?
Eu não personalizo as questões da política, mas tive uma informação de caráter grave e me senti na obrigação de comunicar o PT e pedir a substituição. O PT entendeu a importância disso e tomou as providências, de forma que o assunto está superado.

O que, de fato, aconteceu?
Fui procurado por uma menina, uma sobrinha, parente dele, que relatou que tinha sido… muito constrangedor para mim falar disso porque se tratam de assuntos familiares. Mas tive um contato com a vítima, procurei me certificar de tudo isso, inclusive na companhia de um dirigente do PT, designado pelo partido. Ele teve conversas com parentes da vítima que confirmaram. Portanto, nós não tínhamos outra alternativa a não ser comunicar o PT e pedir a substituição.

O Hélio José tem dito que essa denúncia foi uma estratégia pensada porque o senhor queria trocar a primeira suplência e indicar um empresário do ramo da indústria química…
Isso não procede. Desde o primeiro momento, o acordo é para que o suplente fosse indicado pelo PT. O partido, com seus fóruns internos, indicou. Em nenhum momento, questionei isso, mas, em função da gravidade do fato, não poderia me omitir e tomei as providências que julguei necessárias.

Agora quem vai ser o suplente?
Quem o PT indicar.

Existe dificuldade de arrecadação na sua coligação?
Acho que sim, até pela pouca quantidade de material disponível. Mas eu sempre fiz campanha com poucos recursos. As minhas campanhas são um acúmulo da minha trajetória política, de coerência, de compromisso e serviços prestados ao DF. Acho que isso conta muito, especialmente numa campanha majoritária que privilegia o corpo a corpo. Acordo muito cedo e durmo muito tarde.

O PT e a esquerda nunca conseguiram derrotar Roriz. Dessa vez, será diferente?
O Roriz pertence a uma outra geração de políticos que teve o seu tempo, a sua vez. O Brasil e especialmente o DF vivem um momento de renovação na política. Isso será confirmado nas urnas em 3 de outubro.

Roriz é seu adversário, mas o senhor limita as críticas a ele. Por quê?
Com o tempo a gente percebe claramente que a população está interessada em ouvir propostas. A população conhece muito bem as virtudes e os defeitos de todos os candidatos. O que interessa saber é o que de positivo cada um tem para propor, o que de concreto vai melhorar para a vida dela e para o conjunto do DF a partir das propostas de cada candidato. Estamos muito focados nisso, com o objetivo de mudar a imagem do DF. Brasília surgiu a partir de uma proposta extremamente inovadora, de ser vanguarda de políticas públicas e em função dessas denúncias de corrupção a cidade acabou se confundindo com a imagem do atraso. Nós temos que resgatar a imagem de Brasília e isso vai se refletir em termos de propostas e não atacando fulano e beltrano.

O eleitor está mais crítico e arredio em relação aos políticos na campanha?
Imagino que em relação a alguns políticos, sim. Quero dizer que estou extremamente satisfeito, até agradecido com a receptividade que tenho recebido da população. Acho que isso é fruto de muitos anos de trabalho e sacrifício que a vida pública nos impõe. Tenho ido muito à Rodoviária, às feiras e tenho sido muito bem recebido. Chega a ser comovente.

O eleitor do PT e o do PSB já aceitaram a aliança com o PMDB?
No momento do anúncio, houve uma reação. Mas percebo que hoje há uma integração muito grande e o reconhecimento da participação do (Tadeu) Filippelli. E há uma percepção de que o presidente Lula só conseguiu produzir os avanços que fez porque foi capaz de construir uma ampla aliança. E só vamos poder implementar as políticas públicas que defendemos para o DF se formos capazes de construir uma aliança para ganhar a eleição e para governar com tranquilidade.

A sua candidatura ao Senado com o apoio do PT entrou nessa negociação do PSB para apoio a Dilma Rouseff?
Em nenhum momento a minha candidatura foi negociada no plano nacional. Surgiu de um movimento natural, especialmente no momento em que o Magela desistiu de ser candidato ao Senado para disputar as prévias ao governo. Ficou um vazio naquele momento e fui estimulado pelo PSB e outros partidos a disputar.

O presidente Lula vai gravar apoio a sua candidatura?
Acho que quando começar o programa eleitoral, o Lula participará das campanhas majoritárias.

Quais serão suas propostas?
São muitas. Por exemplo, imposto zero sobre a cesta básica. Isso tem um impacto enorme para aumentar o poder de compra da classe trabalhadora, especialmente dos mais pobres. Eleição direta para administração regional também é um tema. Temos de garantir que os administradores sejam eleitos pela população. Queremos fazer uma reforma política que amplie a democracia, que aumente os espaços da população. Por exemplo, reduzir o número de assinaturas para projetos de iniciativa popular. Dar à população o direito de tirar aqueles candidatos majoritários que não cumprirem com seus programas ou que descumprirem a lei.

O senhor começou na política há 20 anos como o candidato da juventude. Hoje, aos 51 anos, apresenta qual perfil para o eleitorado?
Uma pessoa muito comprometida com o desenvolvimento do DF. É muito legal as pessoas me apresentarem como um candidato ao Senado jovem. E temos um grande desafio de criar oportunidades para a juventude. Mas hoje acho que as pessoas me veem como alguém que gosta do DF e tem compromisso com a cidade.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Entrevista com Roberto Amaral, sobre os 64 anos do PSB

Defensor do socialismo democrático, o PSB (Partido Socialista Brasileiro) completa este mês 64 anos em grande estilo. É o partido de esquerda da base aliada do governo com mais chances de dobrar de tamanho, contando inclusive com candidaturas de empresários de peso.

São os casos de Paulo Skaf, ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e candidato a governador, e de Mauro Mendes (MT), o mais rico dos concorrentes nas disputas de governos estaduais.

O socialismo do PSB aderiu ao capitalismo? Quem responde é o vice-presidente nacional do partido, Roberto Amaral, ex-ministro de Ciência e Tecnologia no primeiro governo Lula, invertendo a pergunta. "A presença de empresários no partido não significaria também que eles aderiram ao socialismo?", e justificou: "Ao contrário dos neoliberais, nós defendemos a empresa brasileira, o capital nacional. O fundamental é o eixo do partido e se essas pessoas estão fiéis a esse eixo".

No eixo das propostas do partido, estão a taxação de grandes fortunas, o apoio aos sem-terra e a redução da jornada de trabalho, temas repudiados pelas entidades empresariais.

Para estas eleições, o PSB tem candidatos competitivos em oito estados - o dobro do atual número de governadores - , espera eleger seis senadores - quatro a mais do que em 2006 -, e passar de 30 para 40 deputados federais. De quebra, o partido tem 309 prefeituras, inclusive em capitais importantes, a exemplo de Belo Horizonte e Curitiba.

Confira os principais trechos da entrevista exclusiva ao DCI:

Neste mês de agosto, o PSB completa 64 anos de história. O que o partido tem a comemorar?

Sobretudo a sua coerência. O grande legado do partido foi a coragem de, em 1945, levantar a tese do socialismo democrático, uma tese vitoriosa no início do terceiro milênio. Fizemos evidentemente opção eleitoral, não fizemos nenhuma concessão ideológica. Isso a sociedade, o eleitorado brasileiro compreendeu e está dando respostas nas eleições.

O que o PSB espera dessas eleições?

Uma delas é o comprometimento de todos os partidos com fortalecimento do processo democrático, de sua consolidação. O comunismo, o udenismo, o chamamento às casernas, está definitivamente afastado do processo histórico brasileiro. A outra coisa que espero é assegurar a continuidade do nosso poder de governo, uma social-democracia de esquerda, avançando. É o que pretendemos com o governo de Dilma [Rousseff, presidenciável do PT].

O sr. concorda com a avaliação de que o PSB está herdando o espólio do DEM no nordeste?

Não é isso, não. O espólio do DEM está caminhando para o suicídio. O PSB sempre foi forte no nordeste. Não esqueça que o nosso ex-presidente era o governador Miguel Arraes. Tinha uma liderança forte não só em Pernambuco, mas em todo o nordeste. O que está ocorrendo é o processo de consciência das massas. As grandes massas passaram a ter rompimento dos processos tradicionais, assistencialistas, proporcionado pelas políticas de inclusão do governo. Essas massas se livraram do coronelismo e passam a ter um posicionamento eleitoral independente. Isso é um dos frutos do Bolsa-Família e das políticas de inclusão que libertaram o homem do campo.

Por que o PSB prega o fortalecimento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra), se a candidata do PT já disse que não vai aceitar invasões de terra?

São duas questões diferentes. Uma é o programa geral da candidata, que tem de discutir o quadro das alianças dos partidos que dão apoio a ela. Ou seja, ela é uma candidata de coalizão. Portanto, o programa tem de ser de coalizão. Não pode ser um programa do PSB, nem do PMDB, nem do PT. O nosso papel é defender as nossas teses.

Mas o MST, com essas invasões, não é uma ameaça à propriedade privada?

Não estou preocupado em defender a propriedade privada. Estou mais preocupado com o sentido social da propriedade, como está na Constituição. Ela tem remédios para qualquer infração. Isso é do ponto de vista legal. O que nós estamos dizendo é que o movimento social tem de ser tratado com diálogo. O MST é um movimento tão legítimo quanto o movimento ruralista. E ninguém chama a polícia contra o movimento ruralista, e eu nem sei por quê. Ao contrário, quando eles deixam de pagar os bancos oficiais, tem sempre alguém que apresenta uma emenda no Congresso para anistiar os devedores.

Outra proposta polêmica do PSB é a taxação de grandes fortunas. Por que ela foi apresentada?

Isso é uma proposta conservadora. Isso existe no mundo inteiro. E é um instrumento de distribuição de renda. O que nós queremos é que o Brasil chegue ao nível das grandes democracias da Europa, como a Suécia, como a Noruega. Esse é o nosso marco em que a distância entre o maior e o menor salário tende a diminuir. Aqui é o contrário. O PSB também defende a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas, o que constava na primeira versão do programa da Dilma e foi retirado a pedido do PMDB. É a posição do movimento sindical brasileiro. É possível. Sempre que há qualquer benefício para os trabalhadores, aparecem os argumentos neoliberais dizendo que vai quebrar isso, vai quebrar aquilo. Não quebra nada. Nós estamos com o salário mínimo de US$ 300. E era um crime quando nós falávamos há alguns anos atrás para tentar aproximá-lo de US$ 100. Reduzir a jornada não fecha nenhuma empresa. Ao contrário, vai aumentar a produtividade.

Essa taxação das grandes fortunas poderia afetar alguns dos candidatos a governador do partido, a exemplo de Paulo Skaf (SP) e Mauro Mendes (MT), que têm fortunas de mais de R$ 10 milhões?

Eles vão pagar imposto. Qual o problema?

Agora, essa presença de empresários poderosos no partido indicaria que o socialismo do PSB teria aderido ao capitalismo?

Aí eu inverto. A presença de empresários no partido não significaria também que eles aderiram ao socialismo? Nós não somos contra o empresariado brasileiro. Ao contrário dos neoliberais, nós defendemos a empresa brasileira, o capital nacional. Não vejo contradição. O fundamental é o eixo do partido e se essas pessoas estão fiéis a esse eixo.

Por falar em Skaf, houve uma reação dos socialistas do grande ABC em relação ao ofício do partido que obrigou os filiados que ocupam cargos eletivos e os candidatos a apoiar a candidatura dele. A deputada federal Luiza Erundina reagiu e disse que não vai votar nele. Ela poderá ser punida?

Não acho que ela possa, nem creio que deva ser punida. Compreendemos a posição dela e vamos construir o que é mais importante nessas eleições, que é a nossa bancada e a eleição da Dilma.

O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) esteve na última semana com Dilma, mas não se comprometeu a gravar programa com ela. A cúpula pode pedir isso a ele?

Não sei o conteúdo da conversa. O que nós temos dito é que o Ciro é do quadro partidário. Ele tem dito a mim e ao governador Eduardo Campos (PE) - presidente do partido - que vai seguir a orientação partidária. Mas não temos fita métrica para medir a intensidade da participação de cada um na campanha da Dilma. Então, cada um participa da forma que mais lhe aprouver, porque política tem de ser feita com felicidade e com alegria.

Em alguns estados, o PSB disputa o governo com partidos aliados de Dilma e do Lula. Qual o tratamento que o partido espera da candidata?

O que está acertado entre as partes é que todos os candidatos da base governista serão tratados em igualdade de condições. E disso nós não vamos abrir mão. Ela terá de ir aos dois palanques.

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