sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Cabral atrai PSB e prejudica Eduardo Campos no Rio

Os cinco deputados estaduais do PSB do Rio de Janeiro e o único secretário estadual do partido, Gustavo Tutuca, planejam deixar a sigla e a campanha de Eduardo Campos, pré-candidato à Presidência. Os parlamentares decidiram que apoiarão Luiz Fernando Pezão, do PMDB, para o governo do estado, indo contra a vontade da executiva nacional de lançar candidato próprio no estado. Com medo de uma imposição da direção partidária em 2014, os deputados começaram a se movimentar para sair do PSB – já receberam convites do PMDB e do PDT. Na segunda-feira, os seis se reuniram com o governador Sérgio Cabral, no Palácio Laranjeiras. Na quarta-feira, o encontro foi com o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Paulo Melo, também do PMDB. Cabral e Melo disseram que o partido está aberto para a chegada dos deputados do PSB. Os insatisfeitos do PSB estão inclinados a migrar para o mesmo partido, e o que mais tem interessado até o momento é o de Cabral. A avaliação dos deputados é de que, com a discussão entre as executivas nacional e estadual sobre apoiar ou não Pezão e Dilma Rousseff, ficou de lado a montagem de uma boa chapa para concorrer à Alerj. O medo de não serem reeleitos é motivo principal para o desembarque geral do PSB. O presidente regional do PSB no Rio de Janeiro e também prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, anda insatisfeito com as decisões do partido e, até uma semana atrás, era o principal defensor da aliança com Pezão e Dilma. Um dos piores momentos, na avaliação dos integrantes do PSB-RJ, foi a declaração do líder do partido na Câmara, Beto Albuquerque (RS), ao jornal O Globo, no fim de agosto, dizendo que Cardoso estava “com os olhos e ouvidos fechados para as ruas”. O mal-estar atingiu os deputados estaduais, aliados de Cardoso, prefeito do terceiro maior colégio eleitoral do Rio. Na terça-feira, Cardoso foi a Recife para encontrar Eduardo Campos. Ficou decidido que, em 2014, o prefeito poderá caminhar ao lado de Pezão, e que a decisão sobre apoios no Rio de Janeiro ficará a cargo das lideranças estaduais. Sobre a candidatura de Campos à presidência, haverá mais debates internos. “As discussões serão ampliadas”, afirma Cardoso, que, a partir de agora, deve deixar menos explicito o desejo de ajudar a campanha de Dilma. Cardoso não se reuniu com os deputados desde a conversa que teve com Campos. Os parlamentares reclamam de nunca terem sido procurados por integrantes do PSB nacional. “Não abrimos mão de decidir o que o é bom para o estado”, diz o deputado estadual Dr. Gotardo. Os cinco dissidentes e o secretário se reúnem com frequência desde a semana passada para discutir sobre a situação do partido no Rio e os rumos para 2014. Enquanto isso, mantêm um pé do lado de fora do PSB. “Há uma desunião dentro do partido, que tem passado por brigas internas. E os deputados não foram ouvidos no meio dessa história”, reclama o líder do PSB na Alerj, Marcelo Simão. A migração dos deputados para o PMDB implica no apoio a Dilma à reeleição, seguindo os passos de Pezão. E enfraquece a candidatura de Campos, que fará uma cruzada no Sudeste para se tornar mais conhecido – sem apoios importantes no Rio. FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/cabral-atrai-psb-e-prejudica-eduardo-campos-no-rio

domingo, 1 de setembro de 2013

O abacaxi socialista no Rio de Janeiro

O PSB do governador pernambucano Eduardo Campos tem, na Baixada Fluminense, a prefeitura do maior colégio eleitoral da região, o de Duque de Caxias. Ironicamente, o pré-candidato à presidência enfrenta, no município, o maior abacaxi do momento no estado: o prefeito Alexandre Cardoso já manifestou sua intenção de apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff e o nome de Luiz Fernando Pezão (PMDB) para o governo do estado. Na contramão dos esforços do partido para ganhar popularidade no Sudeste, Cardoso afirma sem cerimônia que Dilma é a melhor opção para 2014. Campos, que de acordo com o DataFolha é o presidenciável menos conhecido do eleitor – com nome citado por apenas 7% dos entrevistados –, tentará em uma reunião com Cardoso, na próxima semana, desfazer os nós da pré-campanha. Está marcada para a próxima semana uma reunião, em Recife, por iniciativa de Cardoso. A opinião do prefeito caxiense está longe de ser unanimidade entre os correligionários do Rio. Na segunda-feira, um manifesto informando que as declarações de Cardoso não representam as lideranças do PSB circulou por 55 municípios do estado. Foram recolhidas 132 assinaturas - 38 são de presidentes municipais da legenda. “Consideramos que quando o presidente estadual verbalizou uma posição como se do partido no estado fosse, ele feriu a legitimidade no exercício da sua função e quebrou a confiança do conjunto de socialistas fluminenses. Pedimos providências da direção nacional do PSB”, informa o texto. O deputado federal Glauber Braga, eleito pelo Rio de Janeiro, assinou o manifesto de repudio à postura de Cardoso e, agora, pede que o presidente do PSB-RJ não fale pelo partido. “Definitivamente, posições pessoais não devem ser verbalizadas como se fossem do partido, ainda mais sendo uma posição minoritária no estado”, diz Braga. Na terça-feira, desembarcaram no Rio de Janeiro o senador Rodrigo Rollemberg, o secretário-geral do partido, Carlos Siqueira, e o vice-presidente Roberto Amaral. Eles conversaram durante duas horas com Cardoso. O objetivo da visita foi discutir a chapa para a eleição a deputado federal, assim como têm feito com outros presidentes regionais do PSB. “A decisão de apoiar um candidato a presidente não é pessoal, mas coletiva. Não queremos precipitar a definição da executiva nacional (para que todos os integrantes do PSB apoiem Campos) porque isso será feito em um momento oportuno”, afirma Siqueira, apontando o fim deste ano ou o começo de 2014 como o limite para definir o apoio de todo o PSB a Campos. Apesar de querer postergar a batalha com Cardoso, Siqueira manda o recado: “Ninguém é proprietário do partido”. Na conversa com Cardoso, foi falado do interesse da executiva nacional do PSB em lançar candidatura própria ao governo do Rio. O único nome divulgado até agora como possível concorrente ao Palácio Guanabara é o do ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão. Integrantes da executiva nacional estão estudando outras frentes. Cardoso, no entanto, é contra o lançamento de candidatura própria. O presidente do PSB-RJ tem uma relação próxima com Cabral, de quem foi secretário estadual de Ciência e Tecnologia. E Cabral, por sua vez, quer Pezão como governador. Na eleição de 2012, quando Cardoso venceu a disputa pela prefeitura de Duque de Caxias com 51,51% dos votos no segundo turno, foi apoiado por Lindbergh Farias (PT), que também cobra a retribuição na eleição ao governo do estado em 2014. Cardoso é prefeito da cidade com o terceiro maior colégio eleitoral do estado, atrás apenas da capital e de São Gonçalo. Duque de Caxias é a cidade mais populosa da Baixada, com 873.000 habitantes e 607.663 votantes, o que representa 5,11% do eleitorado do Rio. O peso eleitoral torna o posto de Cardoso um ponto privilegiado. Para evitar o assunto, Cardoso criou um bordão: “não discuto 2014 em 2013”. Indiretamente, criticou a postura dos outros integrantes da legenda, que têm priorizado a candidatura de Campos em detrimento das eleições regionais. “Eu não faço política assim. Em política, a gente, primeiro, respeita questões regionais e estaduais. E, se eu estava no governo, como dizer agora que não é bom?”, diz Cardoso. Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/o-abacaxi-que-espera-eduardo-campos-no-rio-de-janeiro