sábado, 27 de fevereiro de 2010

O PSB e as alianças eleitorais

23/02/2010

Está na hora de colocar em discussão, dentro do partido, as alianças eleitorais para o próximo pleito, uma vez que o quadro está cada vez mais delineado. O tema interessa ao conjunto do partido e deve sair do âmbito das direções, pois tal discussão é um espaço de crescimento e de educação política para todo mundo, lideranças e militantes.

Existem alianças que podemos definir eleitorais e outras eleitoreiras. As duas são legítimas e possíveis: as eleitorais são norteadas por objetivos estratégicos; as eleitoreiras por objetivos táticos.
O PSB, desde sua fundação, entendeu que o campo da esquerda é formado por ‘esquerdas’, e que é preciso saber construir alianças eleitorais nesse campo. Foi assim que o PSB agiu em sua história.

Recentemente, após o PT ter privilegiado, no governo, a aliança com o PMDB, o PSB liderou a formação do ‘bloquinho’, com partidos de esquerda, onde se concordou uma aliança preferencial entre tais partidos, mas na prática isso só ficou no papel.
A direção do PSB, não é nenhum segredo, está tratando a questão das alianças para as próximas eleições tanto com o PT como com os ex-membros do ‘bloquinho’. Isso faz parte de sua responsabilidade. Mas a decisão final não pode ser deixada na responsabilidade da direção: todo o partido deverá ser co-responsável. Por isso a questão deveria ter mais espaço de reflexão e discussão.

O PT, em seu congresso, demonstrou a validade de tal discussão: enquanto sua direção, envolvida no espaço da presidência, propôs declarar como ‘privilegiada’ a aliança com o PMDB, os congressistas rejeitaram essa proposta cientes que a escolha da aliança com o PMDB é eleitoreira, não eleitoral. Nessa direção o mesmo congresso soube definir o programa do partido, que é diferente do programa de governo que o PT pretende disputar e dar continuidade.
São questões políticas sérias que merecem ser consideradas também no nosso partido.
Uma primeira questão que deve ser levantada é a da conveniência da decisão do PSB ter ou não candidatura própria ser tomada numa instância partidária ampla.

A candidatura própria tem vários contornos, entre os quais a convicção de que precisamos dar continuidade ao atual processo político nacional, sem arriscar retrocessos:
- a convicção de que é fundamental reverter o quadro no legislativo federal, hoje dominado pelo centro-direita conservador;
- o fato de que o PT, nas instâncias estaduais, é aliado do PMDB e da ala conservadora, e tem, com relação ao PSB, uma postura hegemônica e só pensa nos seus interesses, não negocia nada, ou seja, é eleitoreiro;
- o fato de que uma candidatura própria pode realmente fortalecer nosso partido e propicia uma maior e mais profunda propaganda de nosso partido, nossos ideais e nossas propostas.

A questão eleitoral desafia nosso partido a ter uma sua proposta clara e consolidada. Não temos, até hoje, um programa atualizado para disputar as eleições nacionais. Sabemos que o PSB investiu seriamente, no ano passado, na elaboração do seu Planejamento Estratégico, compromisso assumido na ocasião da posse da Direção Nacional em dezembro de 2008. Esperamos receber o quanto antes o resultado de tal elaboração, para que, como militantes do socialismo democrático no PSB, possamos melhor atuar na construção dos ideais que nos unem na construção de nosso país.

Adriano Sandri
* Adriano Sandri é Cientista Político e Militante do PSB/DF.

Em tom de campanha, Ciro Gomes volta a criticar o governo de Lula

O deputado ainda aposta na desistência de José Serra na corrida pelo Palácio do Planalto

Publicação: 27/02/2010 07:00
A aliança entre PT e PMDB voltou a ser tema de ataques do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), pré-candidato à Presidência da República. Em Fortaleza, Ciro classificou o arranjo entre petistas e peemedebistas de “ajuntamento oportunista” e afirmou que há “um roçado de corrupção” no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Já falei que essa aliança é um roçado de corrupção, um roçado de escândalos” afirmou o parlamentar, em entrevista à rádio CBN.

Na mesma entrevista, Ciro disse que acredita na desistência do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), na corrida pelo Palácio do Planalto. “O Serra vai ter que mostrar a carta. Vai renunciar ao governo de São Paulo ou não. Eu acho que ele vai correr da briga. Acho que ele vai disputar (a reeleição) o governo de São Paulo”, comentou, acrescentando que, com Serra fora do páreo, os tucanos devem lançar o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, como candidato à sucessão presidencial.

Problema endêmico
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, classificou a corrupção brasileira como um “problema endêmico e permanente”. Adams também defendeu o papel da sociedade como fiscal da gestão dos agentes públicos. “Cabe ao Estado e aos cidadãos exercerem a vigilância e o controle permanente contra essa patologia”, afirmou Adams, ao participar do programa radiofônico Bom dia, ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação.

Adams disse que o problema da corrupção não é só brasileiro, porém, destacou que o país passa por um processo de “renovação”.

Sobre a situação política no Distrito Federal, agravada com a prisão do governador afastado, José Roberto Arruda (sem partido), o ministro explicou que, se for decretada a intervenção pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a unidade federativa perderá autonomia administrativa.

“Com a intervenção, a União intervém no estado retirando a sua autonomia administrativa para preservar o respeito dos princípios democráticos previstos em lei. Para isso, o Supremo Tribunal Federal identifica a causa para a intervenção, o presidente (da República, Luiz Inácio Lula da Silva) designa o interventor e estipula os prazos”, explicou o ministro.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/02/27/politica,i=176217/EM+TOM+DE+CAMPANHA+CIRO+GOMES+VOLTA+A+CRITICAR+O+GOVERNO+DE+LULA.shtml

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Seminário no PSB RIO

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) e Fundação Joao Mangabeira (FJM) promovem de 11 a 13 de Março no Rio de Janeiro, O Seminario Internacional: As Experiências Socialistas Chinesa e de Governo de Esquerda em Países Capitalistas nos dias 11,12 e 13 de Março.

O Encontro será realizado no Rio Othon Palace localizado na Avenida Atlântica n°3264,Copacabana, Rio de Janeiro.

Fonte: Sitio PSB - www.psbrio.org.br

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

PSB assume Desenvolvimento Econômico e Amazônia

Os líderes partidários definiram hoje, em reunião com o presidente Michel Temer, as presidências das comissões permanentes na Câmara dos Deputados. O Partido Socialista Brasileiro assumirá as comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional. A legenda indicou os deputados Dr. Ubiali (PSB-SP) para presidir a comissão de Desenvolvimento Econômico e Marcelo Serafim (PSB-AM) assumirá a comissão da Amazônia.

A definição dos partidos segue o critério da proporcionalidade partidária. Para que as trocas de partido não se reflitam nessa escolha, valem os três grandes blocos partidários formados no início da legislatura (2007): PMDB-PT-PP-PR-PTB-PSC-PTC-PTdoB, PSDB-DEM-PPS e PSB-PDT-PCdoB-PMN-PRB.

Retropectiva - Em 2009, o partido comandou a comissão de Defesa do Consumidor com a deputada Ana Arraes (PSB-PE). Em 2008, ficou a cargo de Janete Capiberibe presidir a comissão da Amazônia e Marcondes Gadelha, Relações Exteriores. No primeiro ano desta legislatura, em 2007, Lídice da Mata (PSB-BA) presidiu a comissão de Turismo.

As presidências foram distribuídas da seguinte forma:

PMDB (3)
Constituição e Justiça e Cidadania; Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática; Minas e Energia

PT (3)
Finanças e Tributação; Fiscalização Financeira e Controle; Educação e Cultura

DEM (3)
Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Defesa do Consumidor

PSDB (2)
Relações Exteriores e Defesa Nacional; Turismo e Desporto

PSB (2)
Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional

PP (2)
Viação e Transportes; Legislação Participativa

PR (1)
Trabalho, Administração e Serviço Público

PDT (1)
Seguridade Social e Família

PPS (1)
Desenvolvimento Urbano

PTB (1)
Direitos Humanos e Minorias

PSC (1)
Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado

Letícia Alcântara/ Repórter
http://www.psbnacamara.org.br/not_det.asp?id=766

Com pré-sal, PSB garante recomposição salarial de aposentados

Emenda do PSB aprovada nesta quarta-feira (24), no Plenário da Câmara, garante recomposição de perdas previdenciarias. Apresentada pelo deputado federal Márcio França (PSB-SP) ao Projeto de Lei 5930/09, que cria o Fundo Social do Pré-Sal, a emenda determina que 5% dos recursos do Fundo aplicados no combate à pobreza serão destinados a recomposição da diferença entre o que foi recolhido em salários mínimos e o que foi efetivamente pago pela Previdência Social a seus segurados.

A emenda de França recompõe as perdas das aposentadorias superiores a um salário mínimo, pois o índice de correção aplicado pela Previdência reduz o valor inicial dos benefícios, quando expressos em número de mínimos. “Atualmente o segurado que se aposenta com três salários mínimos, por exemplo, recebe metade desse valor", explica o parlamentar.

Para Márcio França, a medida está de acordo com as prioridades sociais defendidas pelo governo federal e com os anseios da população. "A recuperação dos salários dos aposentados é uma questão de justiça para os brasileiros".

A proposta prevê ainda que, após a recomposição das perdas previdênciárias, os recursos serão direcionados para a realização de projetos e programas nas áreas de ciência, tecnologia e inovação.

Andrea Leal e Letícia Alcântara
http://www.psbnacamara.org.br/not_det.asp?id=768

PSB contesta decisão do TSE que redefine o número de vagas de deputados

PSB contesta decisão do TSE sobre redefinição no número de deputados federais e estaduais

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) irá contestar a Minuta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que define o número de vagas de deputados federais na Câmara dos Deputados e de integrantes das assembléias legislativas para as eleições de 2010. O texto da minuta resultou a partir de um pedido da Assembléia Legislativa do Amazonas para que, com base na estimativa da população brasileira do ano passado, fosse feita a redefinição dos quantitativos de deputados federais. A minuta e o pedido da AL do Amazonas serão discutidos em audiência pública nesta quarta-feira (24), às 15 horas, na sede do TSE, em Brasília.

O advogado e delegado Nacional do PSB, José Antonio Almeida, irá apresentar, durante a audiência, as razões pelas quais o Partido é contrário à decisão do TSE. “O número de deputados federais que os Estados já detinham na Assembléia Constituinte (caso, por exemplo, de Pernambuco, que já possuía 25, ou do Maranhão, que já contava com 18), não pode ser reduzido, por força da regra contida no artigo 4º, parágrafo 2º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias: ‘É assegurada a irredutibilidade da atual representação dos Estados e do Distrito Federal na Câmara dos Deputados’, regra que, segundo decidido pelo Supremo Tribunal Federal, no Mandado de Injunção nº 233, a representação que havia na elaboração da Constituição de 1988 é o piso, não podendo ser reduzida, por qualquer modo, nem por lei complementar”, assegurou o ex-deputado. José Antônio enfatizou, ainda, que a alteração em questão só poderia ser feita no ano anterior às eleições, como prevê o artigo 45, parágrafo 1º da Constituição.

Segundo a minuta divulgada no site do TSE, os estados do Rio de Janeiro e da Paraíba perdem duas vagas de deputados federais cada um na próxima legislatura, pelo texto da minuta. Rio Grande do Sul, Paraná, Maranhão, Goiás, Pernambuco e Piauí perdem, por sua vez, uma cadeira na Câmara cada um.

Pará é o estado que mais ganha em vagas, sobe de 17 para 20 deputados federais a partir de 2011. Minas Gerais vem em seguida, com aumento de duas cadeiras em sua bancada. Já Amazonas, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e Santa Catarina ganham um deputado cada.

Permanecem inalteradas as representações de São Paulo, Espírito Santo, Alagoas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Sergipe, Rondônia, Tocantins, Acre, Amapá e Roraima. São Paulo continua a ser o estado com o maior número de deputados federais (70), permanecendo em oito o número de deputados nos estados com menor população.

Pela minuta, o número de representantes dos estados e do Distrito Federal na Câmara dos Deputados se mantém em 513, assim distribuídos: São Paulo (70), Minas Gerais (55), Rio de Janeiro (44), Bahia (40), Rio Grande do Sul (30), Paraná (29), Pernambuco (24), Ceará (23), Pará (20), Maranhão (17), Santa Catarina (17), Goiás (16), Paraíba (10), Espírito Santo (10), Piauí (9), Alagoas (9), Rio Grande do Norte (9), Amazonas (9), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Sergipe, Rondônia, Tocantins, Acre, Amapá e Roraima, todos esses com oito deputados cada um.

As assembléias legislativas e a Câmara Legislativa do Distrito Federal terão um total de 1.057 parlamentares, assim distribuídos: São Paulo (94), Minas Gerais (79), Rio de Janeiro (68), Bahia (64), Rio Grande do Sul (54), Paraná (53), Pernambuco (48), Ceará (47), Pará (44), Maranhão (41), Santa Catarina (41), Goiás (40), Paraíba (30), Espírito Santo (30), Piauí (27), Alagoas (27), Rio Grande do Norte (27), Amazonas (27), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Sergipe, Rondônia, Tocantins, Acre, Amapá e Roraima, todos esses com 24 deputados estaduais ou distritais cada um.

Portal PSB
http://www.psbnacamara.org.br/not_det.asp?id=759

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

SERRA FAZ ALIANÇA COM PSB EM 9 ESTADOS E ABRE PORTA PARA ACORDO CID-TASSO

Por: Donizete Arruda

Uma reviravolta na política de aliança do PSDB. O provável candidato tucano governador José Serra ao Planalto deflagrou uma operação para construir acordos eleitorais com o PSB do governador Cid Gomes e do deputado federal em nove estados brasileiros: Piauí, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Maranhão, Sergipe, Paraná, Amazonas, Paraíba e Mato Grosso.

Esse movimento de Serra retirando candidatos do PSDB para fortalecer candidaturas do PSB aos governos estaduais e também a nomes socialistas na corrida ao Senado impressionou o PT e principalmente o presidente Lula. Serra agiu com sabedoria e em silêncio. O próprio secretário geral do PSB, senador Renato Casagrande, que pode ser apoiado pelos tucanos na corrida ao Governo do Espírito Santo reconheceu que há uma ação de proximidade entre PSDB e PSB em todo o País.

Essa aliança eleitoral do PSDB com o PSB que está sendo viabilizada pelo governador e pré-candidato tucano à presidência, José Serra, tem um efeito imediato na disputa eleitoral cearense. Serra não diz publicamente mas aceitaria que o senador Tasso Jereissati fechasse um acordo com o PSB do Ceará para apoiar a candidatura à reeleição do governador Cid Gomes tendo em troca apenas o direito de subir no palanque do próprio Cid além de endossar a candidatura à reeleição do próprio Tasso ao Senado.

http://www.cearaagora.com.br/ver_news.asp?cod=20945

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Entrevista Ciro Gomes

Para o deputado, picuinhas paulistas afastaram PT e PSDB, fizeram com que os dois partidos se alinhassem com o que há de pior na política nacional e criaram uma falsa dicotomia.

a Denise Rothenburg

Definido pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson, como um "potro indomável", o deputado Ciro Gomes (PSB-SP) tenta avançar em seu projeto de concorrer à Presidência da República, com investidas pesadas contra setores do governo. "O Brasil, se a gente olhar para o futuro, dá medo. As contas externas estão se deteriorando de novo, de forma asssutadora. A saúde pública está um desastre", afirma, nesta entrevista exclusiva ao Correio, em seu gabinete na Câmara. E, pela primeira vez, embora afirme que o cenário para que isso ocorra seja
remoto, admite disputar o governo de São Paulo.

Um crítico sem meias palavras
Gustavo Moreno/CB/D. A Press - 9/2/10

O senhor será candidato a governador de São Paulo?
Fico honrado com a lembrança do meu nome, mas considero um imperativo moral apresentar uma candidatura à Presidência da República que proteja e valorize o povo brasileiro, explorando ao máximo as virtudes do sistema eleitoral de dois turnos. Não podemos abrir mão de ajudar o nosso povo a diminuir a importância dos setores conservadores, fisiológicos, clientelistas e não ficar nessa ideia de que a política
brasileira poderia se norte-americanizar, fazer um falso plebiscito sem conteúdo só porque achamos que Lula e sua turma são melhores do que Fernando Henrique e sua turma.

Essa mudança para São Paulo não pode ter tirado votos do senhor no Nordeste?
Jamais se demonstrará. Agora, eu disse na época, ponderando, nas discussões internas do partido, que não deveríamos fazer isso. Na hora em que houvesse a transferência, a dubiedade, é candidato a governador, não é a presidente, diminuiria a intensidade daquele caminho, de construir uma terceira via comprometida com o projeto que
Lula iniciou, mas achando que o Brasil não pode parar no tempo. Só quem pode se apresentar sem qualquer tipo de limitação, um projeto de futuro para o Brasil, somos nós.

Por quê?
Pela circunstância política. Vamos caricaturar, porque às vezes as pessoas reduzem isso. O Serra tem que explicar a companhia do Quércia (ex-governador de São Paulo). A Dilma tem que explicar a companhia do Sarney (presidente do Senado) e do Renan Calheiros (PMDB-AL). O Serra tem que explicar a companhia do Arruda (governador do DF). A Dilma tem que explicar a companhia do (deputado) Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Eu não tenho que explicar nada.

Mas Lula tenta controlar as candidaturas da base.
Está errado. Como estava errado "São" Fernando Henrique em 98. Está errado se o interesse for o nacional. Se for o interesse político do PT, de subjugar o processo político todo e reduzi-lo a uma condição em que o PSDB não fala nada dos defeitos do PT porque são piores os seus, se um não pode falar do mensalão do outro, como está aí o debate.

Como o senhor vê essa polêmica FHC versus Lula?
Quando Fernando Henrique assumiu, era uma novidade extraordinária. Ninguém pode negar. Era um guru da geração de políticos que queria enfrentar o futuro. Assume o poder já com a obra importante em curso, que era o Real, que ajudei a consolidar. O que faz o PT, por causa da paroquial e radicalizada disputa de São Paulo? Vai para a oposição. E FHC se abraça com o que há de pior na vida pública brasileira. Lula
faz um governo bom, mas o PSDB, por essa mesma mesquinharia, nega diálogo. Aí, obriga Lula a confraternizar com a mesma fração de poder que estava com FHC.

Então, o senhor está fazendo ao governo Lula a mesma crítica que fez a FHC?
Estou fazendo uma crítica ao ajuntamento sem forma, de moral frouxa. Apoio o Lula. Mas nessa aliança do PT com o PMDB a moral é frouxa. E, do jeito que está indo, é um roçado de escândalos já semeados, que, convenientemente explorados, num quadro bipolar, pode nos deixar falando só, no meio da rua.

O senhor pode explicar melhor?
Basta explodir um escândalo daquele tipo do mensalão, em cima de uma
candidatura só, não é da Dilma, como já se tentou fazer. Não sejamos
inocentes. Brasília vive de segredos de polichinelo.

Então, o senhor acha que vêm escândalos, é uma acusação grave. Contra o PMDB?
Não tenho dúvida! E não é contra o PMDB. O PMDB já está acostumado, o PT já está acostumado, todos estamos acostumados. A questão é se o Brasil aguenta, se um presidente sem o carisma e a relação de solidariedade que desperta no coração do povo, que é o Lula, se este pós-presidente ou presidenta aguenta. Eu não aguento, a Dilma não aguenta, o Serra não aguenta, o Aécio não aguenta.

Como é que o senhor vê as ameaças que o ex-ministro José Dirceu tem feito, de o PT lançar candidato a governador no Ceará, em Pernambuco?
Dirceu está blefando. Quem quer pegar galinha não diz "xô".

E o apelo que farão ao senhor depois do carnaval para que seja candidato a governador?
Não deixa de ser honroso. A propósito, o PMDB de São Paulo está nessa coligação? Não. Newton Cardoso? Jader Barbalho? Fogaça? Requião? Luiz Henrique? Geddel, na Bahia, está com o PT? E se o Aécio for candidato e oferecer o governo de Minas a Hélio Costa? Percebe? Eu devo retirar a minha candidatura? O PMDB está se armando para colocar um pé em cada canoa e continuar governo seja quem for.

Então, significa que o senhor não descarta retirar a candidatura lá na frente, numa hipótese.
Veja, até aqui, é avaliação. Daqui para frente, é profecia. Vamos supor que há aí uma situação em que o Serra renuncia ao governo de São Paulo, despenca para 15%, Dilma 65%. Nesse caso, posso ser candidato a nada, ou a governador de São Paulo. Mas as profecias estão na fase do imponderável. O apelo era: "Ok, mantenha a candidatura à Presidência, mas deixe a porta aberta para a gente ajudar a arrumar o cenário
nacional". Eu já disse em que circunstância exótica eu aceitaria ser candidato a governador em São Paulo, se eu entendesse que esse gesto seria parte de uma engrenagem de um grande projeto nacional.

O senhor acha que o PMDB está enrolando a Dilma?
Não, estão sendo PMDB. Eles não fizeram até agora sequer uma proposta para o país.

O senhor acha que o PMDB abandonará Dilma no meio da campanha?
Acho. E que não vão com ela. Vai um pedaço da burocracia do partido. Talvez o tempo de televisão vá.

Seu projeto é unir PT e PSDB?
Meu projeto é usar o sistema presidencial de dois turnos. O Serra, menos por falta de virtudes, porque tem qualidades, é a volta ao passado. O Lula é um avanço extraordinário, mas isso se constata olhando para o retrovisor. O presente é bom. Mas o Brasil, se a gente olhar o futuro, dá medo. As contas externas estão se deteriorando. O padrão de manufaturados na exportação está caindo. Com exportação de
matéria-prima o Brasil não paga a conta do progresso que nosso povo quer. A saúde pública é um desastre. Está subfinanciada, mal gerida. A educação avançou, mas está longe do padrão mínimo. Em 134 países da OCDE, o Brasil é o último.

Mas como é que o senhor vai encontrar espaço para colocar essas críticas?
Minha proposta é olhar para o futuro, propor um projeto, renovar as articulações, fazer as concessões. Se você, já de véspera, entra vendido, abre mão de dar ao povo a oportunidade de escolha. A Dilma é decente, capaz, mas a circunstância política dela, somada à falta de vivência eleitoral, me preocupa. Aí vão dizer, Ciro critica Dilma. Não. Estou elogiando. A Dilma era a melhor opção que o PT poderia apresentar. Mas a falta de vivência me deixa inseguro. Ela nunca disputou eleição.

Se o Eduardo Campos disser que não dá?
Se ele disser, irei para casa docemente. É a única força capaz de retirar a minha candidatura. Porque aí estarei dispensado do que eu considero um imperativo moral, meu dever com a nação brasileira.

E o PT? O senhor não acha que o partido teme que o senhor ultrapasse a ministra Dilma?
Se o Lula e o PT não tiverem força para garantir que a Dilma esteja no segundo turno, então significa que, sem a minha candidatura, a Dilma perdeu. É simples. O Serra quer muito isso também, que eu não saia candidato. Essa confrontação provinciana de São Paulo, os dois lados querem a mesma coisa. É a única coisa em que eles se entendem: destruir a minha chance de apresentar ao povo brasileiro humildemente a minha experiência e ideias. Os dois querem que eu saia. Um dos dois
está errado.

A Dilma é decente, capaz, mas a circunstância política dela me preocupa. A Dilma era a melhor opção que o PT poderia apresentar.
Mas a falta de vivência dela me deixa inseguro"

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Entrevista com Carlos Lessa (PSB-RJ): Serra terá que fugir do discurso tucano

Quinze anos depois da dobradinha FHC-Lula no Palácio do Planalto, permitida a ser vista assim mesmo, como uma continuidade, o economista Carlos Lessa profere uma boa e uma má conclusão sobre o bolso do trabalhador.

O sopro antes do tapa: "O dado mais positivo, do ponto de vista social, do governo Fernando Henrique e principalmente do governo Lula, é que o salário mínimo real cresceu".

Porém, alegria de assalariado dura um parágrafo: "A participação do salário na renda nacional brasileira está diminuindo. O que está crescendo vertiginosamente é a participação de segmentos financeiros".

Carlos Francisco Theodoro Machado Ribeiro de Lessa, carioca de 73 anos, deixou a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no segundo ano do governo petista por discordar das diretrizes da política econômica.

Em entrevista a Terra Magazine, ele aponta que o governador paulista José Serra - de quem se aproximou durante o exílio no Chile - precisará fugir "do programa tucano clássico" na candidatura presidencial.

"Vai ter que fazer um discurso de inovação. Não vai poder defender privatização, estabilização de preços às custas de juros altos, valorização cambial maluca", recomenda o ex-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "Ele fez umas coisas corajosas como ministro da Saúde, algumas coisas positivas. É claro que, num governo neoliberal, o que ele podia fazer era pouco".

Porém, Lessa, que migrou do PMDB ao PSB recentemente, aferra-se mesmo à ameaçada pré-candidatura do governador paranaense Roberto Requião, antigo correligionário, em detrimento do deputado Ciro Gomes, do seu novo partido. "Acho que o Requião, chegando ao processo nacional, é o presidente provavelmente. Porque ele tem um desempenho como governador que é uma coisa absolutamente espetacular".

O Rio e a alma

Em relação ao futuro, Lessa condena a expansão nacional da termoeletricidade. "O Brasil é a economia que tem o melhor balanço energético", defende o uso de recursos renováveis. "Tem uma situação maravilhosa, 77% da nossa eletricidade é de origem hídrica".

Sobre o pré-sal, distribui alvíssaras e alertas. "É muito positivo, um ativo que vai se valorizar sem parar com a escassez crescente de petróleo no mundo", comemora. Mas avisa: "É um grave equívoco o Brasil virar país primário exportador de petróleo. Não há destino pior do que exportador de petróleo". Para ele, esse potencial "tem que ser utilizado para promover o desenvolvimento da economia brasileira".

Acredita Lessa que outro evento promissor, a Olimpíada de 2016, renova as esperanças para a Cidade Maravilhosa, que ainda não teve paga "a dívida da transferência da capital para Brasília". Sua decadência, diz, afeta seriamente o Brasil.

- Era o símbolo do País. O Rio foi perdendo essas dimensões. O dramático é que nenhuma outra cidade brasileira assumiu essas dimensões. É como se a alma brasileira fosse ficando pequena.

Agora, ele vê como necessidade dos Jogos Olímpicos a priorização de sua terra natal. "O que a Olimpíada faz é, primeiro, permitir ao Rio de Janeiro disputar a atenção nacional quanto à sua infraestrutura urbana. Ele tem sido deixado de lado nos últimos 25 anos certamente".

A mobilidade urbana é a questão que mais o preocupa. "Se não for modificada a matriz de transporte coletivo, vamos quebrar o recorde olímpico de congestionamento de trânsito", ironiza.


Sua receita prima pela simplicidade, incluindo a complexa distribuição espacial. "Só tem uma maneira de resolver a questão da favelização e da habitação popular: é colocando para valer mesmo o metrô e trem urbano", crava o professor, com passagem por universidades do Brasil, do Chile, da Venezuela, do México e da Espanha.

Leia a entrevista.

Terra Magazine - A Fundação Getúlio Vargas divulgou que, pela primeira vez, a classe C, com arrecadação entre R$ 1.115 e R$ 4.807 por mês, representa a maior parcela da renda nacional e corresponde a 46% dos rendimentos de pessoas físicas...
Carlos Lessa - O problema é que os estudos sobre distribuição de renda, na verdade, o que fazem é acompanhar o rendimento predominantemente do salário. Por este critério, houve esta melhoria relativa do grupo C. Agora, a vedadeira distribuição de renda do País é muito pior do que esta que está indicada porque você tem quase 37% da renda nacional que se expressa sob a forma de rendimentos de salários. Mas o conceito para este estudo (da FGV) são os estudos de orçamento familiar.

Então, o senhor acha...
É positivo isso, sem dúvida nenhuma, do ponto de vista do equilíbrio social. Claro que é. Agora não é uma indicação de que a distribuição de renda tenha melhorado no País. Por volta de 1960, a renda nacional atribuída a salários no Brasil era maior do que 50%, era algo como 52 ou 53%. Na época, nos países do primeiro mundo, a média era de 65%. Nós estamos abaixo da média do primeiro mundo, digamos assim. Mas hoje a informação que se tem é que está em torno de 37 e 38%. Ou seja, a participação do salário na renda nacional brasileira está diminuindo. O que está crescendo vertiginosamente é a participação de segmentos financeiros. Numa visão de tendência, isso é ruim. Dentro da marcha dos que recebem salários, os salários da faixa D melhoraram.
A tendência, no Brasil, é que o leque salarial vá fechando. Ou seja, a diferença entre os que recebem o menor salário e o maior salário, na renda nacional, vai diminuindo. Isso porque o salário real mínimo está crescendo, em termos, o que é muito positivo. Eu diria que o dado mais positivo, do ponto de vista social, tanto do governo Fernando Henrique e principalmente do governo Lula, é que o salário mínimo real cresceu. Agora, os salários de cima não tiveram recomposição. Então, vai fechando o leque.

O senhor é padrinho de casamento do governador José Serra e participou do início de mandato do presidente Lula. Como o senhor avalia esses 7 anos de Lula e como vislumbra a possibilidade de seu cumpadre como presidente da República?
Eu não estou monitorando de perto o que vai acontecendo com o processo político. Eu acho que, se for ponta a cabeça Serra e Dilma, é alta a probabilidade de o Serra ganhar, se ele fizer um discuros que não fique colado no velho discurso tucano. Ele vai ter que fazer um discurso de inovação e vai ter que lançar mão de dimensões ou dados ou proposições que são diferentes do programa tucano clássico. Ele não vai poder defender privatização, estabilização de preços às custas de juros altos, valorização cambial maluca. Vai ter que falar de questões dramáticas que estão colocadas aí: infraestrutura de transporte, infraestrutura de energia, apagão portuário, apagão elétrico, infraestrutura metropolitana caindo aos pedaços, falta de transporte coletivo. Vai ter que falar de educação, que a qualidade caiu muito. Vai ter que dar uma explicação de como ele se saiu como governador de São Paulo. Como ministro da Saúde, ele consegue se defender bem. Acho que fez umas coisas corajosas como ministro da Saúde, algumas coisas positivas. É claro que, num governo neoliberal, o que ele podia fazer era pouco. Agora, eu pessoalmente quero um terceiro candidato nesta sucessão.

Ah, é? Quem?
Meu terceiro candidato, de coração, seria Roberto Requião. Agora, não sei se o PMDB vai ter candidato próprio.

Mas o senhor acha que ele teria esta envergadura para concorrer nacionalmente?
Acho que o Requião, chegando ao processo nacional, ele é o presidente provavelmente. Porque ele tem um desempenho como governador que é uma coisa absolutamente espetacular. Pratica a mais baixa tarifa de energia elétrica do Brasil e a empresa dele (Companhia Paranaense de Energia, Copel) é a mais cotada na Bolsa de NY - a única que não foi privatizada, importante. Não cobra pedágio nas estradas estaduais do Paraná. Isentou 83% das firmas de pagar qualquer imposto estadual. Nenhum governador fez nada parecido. O programa educacional tem resultados absolutamente espetaculares. O problema é que a imprensa não gosta dele. Não dá espaço, né? A grande mídia. Ele tem problema nacional porque o paranaense ou ama ou odeia o Requião, não tem segundo termo. Mas, se ele não for candidato, acho que é possível que o Serra ganhe, sim.

Como o Brasil deve usufruir do pré-sal e quais são os riscos da má utilização dos recursos gerados?
Eu sempre tenho dito que é um grave equívoco o Brasil virar país primário exportador de petróleo. Não há destino pior do que exportador de petróleo. Agora, é muito positivo dispor do pré-sal porque é um ativo que vai se valorizar sem parar com a escassez crescente de petróleo no mundo. Então, é uma reserva internacional que está debaixo da terra.
O petróleo tem que ser utilizado para promover o desenvolvimento da economia brasileira, o que, para mim, significa dizer, primeiro, uma coisa que a Petrobrás já começou a fazer, que acho muito positivo: colocar as encomendas todas para dentro do País. Segundo, uma coisa que não sei ainda se o Lula vai cumprir ou não: a Petrobrás não virar exportadora de óleo pesado, de óleo cru. Aparentemente, em 2009, pela primeira vez, houve superavit nas exportações de petróleo. Em terceiro lugar, vai depender muito de não haver a tentação de não expandir termoeletricidade, ao invés de hidroeletricidade. Porque a termoeletricidade usa óleo combustível, usa gás e usa até diesel. Tem 66 termoelétricas em construção no Brasil. Isso significa que, nos próximos quatro anos, a tarifa de energia elétrica vai subir acima da inflação.

A longo prazo...
A longo prazo é um horror. Porque, se há uma coisa de que o Brasil dispõe, é de hidroeletricidade. Acho um erro construir uma estrutura de consumo de energia não renovável. O Brasil pode e tem tudo pra ser, e é ainda hoje, a economia que tem o melhor balanço energético. Tem uma matriz energética em que quase 50% é renovável. No mundo todo, o renovável é 10 vírgula qualquer coisa por cento. Nos países de primeiro mundo, é 6 vírgula qualquer coisa. Então, o Brasil tem uma situação maravilhosa, 77% da nossa eletricidade é de origem hídrica.

Algum outro país tem isso?
Só a Noruega tem um balanço parecido.

O senhor defende a ideia de que a favelização do Rio de Janeiro decorre dos problemas estruturais...
Isso é muito simples. Na verdade, não é nem problema estrutural. Eu acho que a favela é a solução que o povão encontrou para construir sua própria casa, na ausência de políticas e de poder de compra para fazê-la pela economia de mercado clássica. Por outro lado, morar em favelas, do ponto de vista popular, é, muitas vezes, muito melhor do que morar num lote afastado. Porque você não tem o problema do enorme tempo e gasto de deslocamento entre o local em que você sobrevive e o local em que vive. Aqui, no Rio, a informação que se tem é que o tempo médio de deslocamento residência-trabalho-residência está em 2h10. Ora, morando numa favela, na Zona Sul, e ganhando a vida na Zona Sul, a pessoa gasta não mais do que meia hora. Então a qualidade de vida é melhor, apesar de a qualidade de habitação ser pior. Tem o gasto de tempo e o de dinheiro.

E qual é a solução para melhorar a infraestrutura urbana a partir da realidade das favelas agora?
Só tem uma maneira de resolver a questão da favelização e da habitação popular: é colocando para valer mesmo o metrô e trem urbano. Aqui, no Rio de Janeiro, não compreendo por que não existe metrô de superfície, usando os canais da antiga Central do Brasil e da Leopoldina. São planos, não têm desapropriação e é facílimo instalar o metrô ali.

Como o senhor avalia a chance de melhorar a cidade com a Olimpíada de 2016?
É muito positiva potencialmente para o Rio de Janeiro a Olimpíada. Agora, se não for modificada a matriz de transporte coletivo, vamos quebrar o recorde olímpico de congestionamento de trânsito.

Como o senhor acredita que a Olimpíada pode se ramificar na pequena economia e subir os morros?
Eu não acho que ela tenha muita ligação por aí não. Acho que o que a Olimpíada faz é, primeiro, permitir ao Rio de Janeiro disputar a atenção nacional quanto à sua infraestrutura urbana. O Rio de Janeiro tem sido deixado de lado nos últimos 25 anos certamente. A última grande obra rodoviária do Rio foi a Linha Amarela. O Rio não tem praticamente melhoria de infraestrutura significativa nos últimos, sei lá, 15 anos. Então é fundamental, do meu ponto vista, que o Rio, sendo sede da Olimpíada, vai ter que ter prioridades. Talvez finalmente pague a dívida da transferência da capital para Brasília.

O que o Rio representa para o Brasil?
Eu tenho até um livro sobre isso (O Rio de Todos os Brasis, 2000). Acho que o Rio foi, no passado, o símbolo do orgulho nacional. Era o Rio que tinha o Cristo Redentor, que tinha a Praia de Copacabana, era a terra do samba, e era a capital do País. Era o símbolo do País. O Rio foi perdendo essas dimensões. O dramático é que nenhuma outra cidade brasileira assumiu essas dimensões. É como se a alma brasileira fosse ficando pequena. Acho que a Olimpíada tem este efeito de introduzir um banho de ânimo na população. Mas precisa provar isso com muito cuidado. Sem o metrô, sem o trem no Rio e em São Paulo, o risco de não dar certo (a organização de Olimpíada e Copa do Mundo) é terrível.

Mas o prefeito Eduardo Paes (PMDB) já declarou que pode decretar feriado ou ponto facultativo, durante a Olimpíada; não cria legado nenhum (para a mobilidade urbana), mas consegue realizar a competição.
Acho que o prefeito está dizendo isso para ganhar tempo. Porque não é verdade. Você, por baixo, pode imaginar perfeitamente que a Olimpíada vai gerar uma pressão demográfica bem superior à do Carnaval. Já vi congestionamento no Rio com feira de livro. Sempre vou àquela feira de livro na Barra da Tijuca, no Riocentro. Imagina competições esportivas acontecendo, ao mesmo tempo, em diversos pontos da cidade.

Eliano Jorge
Terra Magazine

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

PSB se divide entre lançar Ciro Gomes ou crescer

O tempo corre para o comando do PSB mais rápido que para os demais concorrentes deste rally de 2010. O partido precisa definir que discurso adotar perante os eleitores até o dia 18, quando vai ao ar o programa de televisão da legenda: Ciro Gomes será candidato à presidência? No que depender do deputado, sabe-se que sim.

A rigor, o PSB não é obrigado declarar sua posição no programa, e Ciro – que já gravou sua participação – vai necessariamente ser a estrela da peça. Mas a indefinição fragiliza a posição da legenda, seja como integrante da coalizão pró-Dilma, seja como aspirante a candidatura própria.

O dilema do voo solo de Ciro é sua pouca autonomia. Lançá-lo praticamente sozinho significa ter apenas 2 minutos no horário eleitoral. O cearense, como é de seu estilo, topa tudo, desde que lhe deem a chance da exposição.

Ciro Gomes vem engrossando o tom desde que sofreu uma queda de 5 pontos percentuais nas intenções de voto, aparentemente, em favor de Dilma Rousseff. Ele já afirmou que considera uma eventual desistência de concorrer no primeiro turno como “deserção de um dever moral”.

A preocupação da cúpula do PSB é que a candidatura de Ciro acabe fazendo minguar os planos de crescimento do partido. É que, embarcado na canoa governista, o PSB acredita ter a chance de eleger até 50 deputados federais, saltando para a respeitável posição de partido de médio porte no Congresso.

Abrigar Ciro nunca foi fácil para nenhuma legenda. O deputado ameaça ser maior que o PSB e empurrará o partido para a disputa.

Christina Lemos, colunista do R7
http://noticias.r7.com/brasil/noticias/psb-se-divide-entre-lancar-ciro-gomes-ou-crescer-20100209.html

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Agenda política da semana – 08 a 12/02/10

Quinta-feira

* Dirigentes paulistas do PC do B, PDT, PT e PSB se reúnem com Ciro Gomes, em Brasília. Vão tentar demovê-lo da ideia de disputar a presidência da República.

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/02/08/agenda-politica-da-semana-08-12-02-10-264513.asp

PCdoB oficializa apoio ao PT, mas não cita Dilma

O PCdoB oficializou em São Paulo a intenção de apoiar o PT na eleição presidencial deste ano. O documento defende candidatura única do governo e cita o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não lembra o nome da ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata petista, Dilma Rousseff. O apoio foi divulgado pela legenda na madrugada desta segunda-feira, mas a definição ocorreu no domingo.

O documento afirma que o objetivo do partido para 2010 será "lutar para garantir a vitória do empreendimento político das forças progressistas da nação, dando continuidade ao projeto político iniciado em 2002 com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para presidente do Brasil".

O partido ainda afirma que pretende ampliar a quantidade de deputados federais e eleger senadores para formar, pela primeira vez, uma bancada comunista no Senado. A legenda diz ainda apoiar a candidatura própria no Maranhão, com Flávio Dino como candidato.

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4252133-EI7896,00.html

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Líder tucano: "Ciro é candidato mais temível que Dilma"

As indefinições sobre a participação do deputado Ciro Gomes, do PSB, nas eleições deste ano produzem análises divergentes. As divergências, aliás, partem até da mesma pessoa, como, por exemplo, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio.

O senador amazonense destaca o potencial de Ciro, minimiza sua capacidade como aliado governista e condena seu eventual papel de candidato-auxiliar da chapa petista.

- Duas eleições que disputou... Ele seria um candidato muito mais temível se apoiado pelo Lula. Só que o Lula não confia nele - opina, sob o ângulo do candidato tucano, o governador paulista José Serra.

Virgílio valoriza Ciro Gomes, "uma pessoa que chega a uma liderança de ter, no pior momento, 7% dos votos - o que é muito no Brasil". Evita comentar a função dele na corrida ao Palácio do Planalto: "Não sei se ele vai sair candidato..."

Sugerido um cenário, arrisca comentários. No caso de Ciro apoiar a ministra Dilma Rousseff, não crê em crescimento relevante. "Nada. Não leva muita gente com ele não. Não tenho este teste cientificamente posto, mas não acho que leva muita gente. O eleitorado dele é mais a classe média", avalia Arhur Virgílio.

Sobre o ex-governador cearense servir de contrapeso da disputa e encarnar uma tropa de choque anti-Serra com ataques pesados, o senador dispara: "É brincadeira, né? É se matar. É melhor sair da política, engordar e ficar como Rei Momo".

O líder do PSDB desmerece a pesquisa CNT/Sensus. "Acho uma coisa pré-montada para dar a entender um empate técnico que não houve. Dou uma credibilidade menor à que dou à Datafolha, a quem dou credibilidade máxima, e ao Ibope, que tem um nome a zelar e uma tradição", compara.

Ainda assim, não deixa de comentar. "Mas vamos aos números. Se isso fosse verdade, ela cresce nadinha quando o Ciro sai. No segundo turno, o Serra vai para 44% dos votos, já é praticamente 50%. Isso contrasta com as outras pesquisas que nós temos".

Eliano Jorge
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4246147-EI6578,00-Lider+tucano+Ciro+e+candidato+mais+temivel+que+Dilma.html

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Concordam com o "socialismo" de Chávez?

Chávez completa 11 anos na Presidência e prevê outros 11

Caracas, 2 fev (EFE).- O presidente venezuelano, Hugo Chávez, lembrou que tem 55 anos de idade ao comemorar hoje os 11 anos como governante, previu que aos 66 estará a 22 no poder, mas que seria "demais" chegar aos 77 anos na Presidência, totalizando 33 de Governo.

"Completamos hoje 11 anos. É uma criança ainda o nosso Governo, é uma menina ainda nossa revolução!", exclamou.

Em um balanço de seu Governo, Chávez disse que "ressuscitou o socialismo na Venezuela bolivariana" e que também "ressuscitou o projeto de Cristo libertador".

"O verdadeiro e único Cristo é o socialismo ressuscitado aqui", reiterou, ao justificar que ignora os que dizem o contrário e o acusam de ambicioso.

Chávez ressaltou que pode se vangloriar e dizer "sem rubor" que em seus 11 anos como chefe de Estado levou a uma Venezuela "independente", mas que "a independência não é o único bem alcançado".

Neste contexto, atribuiu ao seu Governo conquistas governamentais "na política, economia, social, educação, saúde, emprego, renda, bem-estar, científico e tecnológico", e disse que também em política internacional a "Venezuela foi bem-sucedida".

Em alusão às manifestações ocorridas nas últimas semanas entre entidades estudantis, Chávez pediu aos seus seguidores que enfrentem seus opositores "nas ruas".

"Chamo o povo às ruas, as ruas são do povo e não da oligarquia", manifestou e repetiu o que assinalou ao jurar pela primeira vez o 2 de fevereiro de 1999: "os que queiram pátria, venham conosco".

Desta vez, Chávez não desafiou os seus opositores como fez nas últimas semanas, para que solicitem um referendo revogatório de seu mandato, após descartar que tenha perdido o favoritismo popular, e também não aludiu à exigência que renuncie ao cargo feita por alguns de seus ex-ministros e aliados. EFE

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1473968-5602,00-CHAVEZ+COMPLETA+ANOS+NA+PRESIDENCIA+E+PREVE+OUTROS.html

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Ciro afirma que vai ser candidato a Presidente

O Senador Cristovam Buarque acaba de postar em seu TWITTER a informação:

"Ciro Gomes acaba de confirmar à imprensa, no congresso, que será candidato à presidencia de qualquer forma."

http://twitter.com/Sen_cristovam

Apesar de queda de Ciro, PSB avalia pesquisa positiva para o partido

O vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, avaliou como positiva a pesquisa CNT/Sensus, mesmo com a queda do deputado Ciro Gomes (PSB-CE). Para ele, a sondagem, divulgada nesta segunda-feira, revela que Ciro se tornou peça fundamental para a continuidade do projeto do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"A pesquisa mostra a importância da candidatura de Ciro", afirma Amaral, que foi ministro da Ciência e Tecnologia no primeiro ano do governo Lula.

Em nota, o presidente do PSB, o governador Eduardo Campos (PE), também disse que a pesquisa é uma demonstração de que população quer a continuidade do governo Lula. "A aprovação do presidente continua crescendo e o espaço da oposição ficando cada vez menor, estando agora circunscrito a mais ou menos um terço do eleitorado", comentou o presidente do PSB.

Quando o nome de Ciro aparece na disputa, a ministra petista Dilma Rousseff (Casa Civil) encosta no tucano José Serra, mostra pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta segunda-feira.

Neste cenário, Serra recebeu 33,2% das intenções de voto, seguido por Dilma, com 27,8%, e por Ciro, com 11,9%. A senadora Marina Silva (PV) aparece em quarto lugar, com 6,8% das intenções de votos. Os indecisos, brancos e nulos somam 20,4%.

Em novembro, Serra recebeu 31,8% de votos, enquanto Dilma tinha 21,7%. Ciro recebeu em novembro 17,5% dos votos e Marina, 5,9%. Sem Ciro, a CNT/Sensus mostra que Serra abre vantagem sobre Dilma. O tucano recebeu 40,7% das intenções de voto, enquanto a petista, 28,5%.

Ausência

Amaral afirma que Ciro caiu porque esteve de férias em janeiro enquanto os outros pré-candidatos fizeram campanha. O crescimento da ministra nas intenções de votos também pode ser atribuído ao programa eleitoral do PT apresentado em dezembro que colocou Dilma como principal destaque. "O nosso vai ser apenas em fevereiro", disse.

O dirigente avalia como remota que a possibilidade de Ciro se lançar candidato ao governo de São Paulo. Para o dirigente, o deputado não está mostrando desejo por essa disputa. "A coisa mais importante para uma candidatura é a vontade e o espírito do candidato", afirma. Para ele, a queda não fará Ciro Gomes desistir da candidatura à Presidência. "A pesquisa é um indicador com o qual os partidos trabalham", afirma.

Já Eduardo Campos também lembra que Ciro ficou cerca de 60 dias fora da mídia. " As pesquisas mostram que está correta a tática utilizada até agora por nosso campo, de manter duas candidaturas para a sucessão do presidencial", afirma o governador.

Fonte:Folha de S. paulo
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u687721.shtml

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O não do companheiro Lula ao PSB

O que disse Lula quando o governador Eduardo Campos, de Pernambuco, pediu socorro na última quarta-feira para tornar viável a candidatura a presidente da República do deputado Ciro Gomes (PSB-CE)?
Os dois conversaram a respeito antes de Lula ser internado às pressas no Hospital Português do Recife. Sua pressão arterial era de 18 por 12.
Eduardo havia argumentado com Lula que a candidatura de Ciro seria vital para impulsionar o crescimento do PSB e ampliar as chances de Dilma Rousseff derrotar José Serra (PSDB) em um possível segundo turno.
Dos 10 candidatos do partido a governos estaduais, cinco lideram as pesquisas de intenção de voto. O PSB tem 29 deputados federais. Imagina eleger entre 40 a 45.
Como presidente do PSB, Eduardo pretendia que Lula cedesse a Ciro o passe de dois pequenos partidos, talvez o PC do B e o PP. Sem tal favor, Ciro não será candidato, garantiu Eduardo.
É mínimo o tempo de propaganda eleitoral do PSB no rádio e na televisão. Só aumentará via coligação com outros partidos. Lula também poderia indicar fontes de financiamento para a campanha de Ciro.
E o que respondeu Lula? Primeiro elogiou Ciro, seu ex-ministro da Integração Nacional. Chorou ao afirmar que nenhum ministro foi mais leal do que ele.
Segundo admitiu carecer de autoridade para exigir que companheiros desistissem de ser candidato – logo ele, que disputou cinco eleições presidenciais seguidas.
Por último, esqueceu de responder ao pedido de ajuda de Eduardo.
“Não disse sim nem disse não”, contou Eduardo a um assessor. “Se não disse sim nem não é porque é não”. Para o público externo foi oferecida a desculpa de que Eduardo e Lula adiaram a decisão sobre o destino de Ciro.
O programa semestral de propaganda do PSB na televisão irá ao ar no próximo dia 18. Eduardo espera que ele sirva para Ciro amealhar mais votos. Se isso ocorrer – quem sabe?

Fonte: O Globo/ Blog do Noblat