As indefinições sobre a participação do deputado Ciro Gomes, do PSB, nas eleições deste ano produzem análises divergentes. As divergências, aliás, partem até da mesma pessoa, como, por exemplo, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio.
O senador amazonense destaca o potencial de Ciro, minimiza sua capacidade como aliado governista e condena seu eventual papel de candidato-auxiliar da chapa petista.
- Duas eleições que disputou... Ele seria um candidato muito mais temível se apoiado pelo Lula. Só que o Lula não confia nele - opina, sob o ângulo do candidato tucano, o governador paulista José Serra.
Virgílio valoriza Ciro Gomes, "uma pessoa que chega a uma liderança de ter, no pior momento, 7% dos votos - o que é muito no Brasil". Evita comentar a função dele na corrida ao Palácio do Planalto: "Não sei se ele vai sair candidato..."
Sugerido um cenário, arrisca comentários. No caso de Ciro apoiar a ministra Dilma Rousseff, não crê em crescimento relevante. "Nada. Não leva muita gente com ele não. Não tenho este teste cientificamente posto, mas não acho que leva muita gente. O eleitorado dele é mais a classe média", avalia Arhur Virgílio.
Sobre o ex-governador cearense servir de contrapeso da disputa e encarnar uma tropa de choque anti-Serra com ataques pesados, o senador dispara: "É brincadeira, né? É se matar. É melhor sair da política, engordar e ficar como Rei Momo".
O líder do PSDB desmerece a pesquisa CNT/Sensus. "Acho uma coisa pré-montada para dar a entender um empate técnico que não houve. Dou uma credibilidade menor à que dou à Datafolha, a quem dou credibilidade máxima, e ao Ibope, que tem um nome a zelar e uma tradição", compara.
Ainda assim, não deixa de comentar. "Mas vamos aos números. Se isso fosse verdade, ela cresce nadinha quando o Ciro sai. No segundo turno, o Serra vai para 44% dos votos, já é praticamente 50%. Isso contrasta com as outras pesquisas que nós temos".
Eliano Jorge
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