Antes do início da terceira presidência de José Sarney, o Senado estava à beira do abismo. Depois, o Senado caiu no abismo.
Desde então, o Senado vem sendo convidado a decidir se quer sair do buraco ou se prefere continuar de cócoras, ao rés do chão.
Já não há mais dúvida. O Senado fez uma opção pela cratera. Pior: decidiu continuar cavando.
O Senado decidiu recontratar 1.600 funcionários terceirizados. Custarão à Viúva, veneranda e desprotegida senhora, R$ 72 milhões ao ano.
Curiosamente, estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) recomendara o oposto. Preconizara a redução da folha de terceirizados em 30%.
O Senado pagara R$ 250 mil pelo estudo. Jamais o implementou. Ao contrário. Eleva agora o quadro de terceirizados.
Dias atrás, a FGV foi recontratada. Mais R$ 250 mil. Para quê? Concluiu-se que era preciso refazer o primeiro estudo.
A folha recomeçou a ser vitaminada no mês passado. Por meio de edital, recontrataram-se 1.272 terceirizados. De uma tacada, R$ 55 milhões por ano.
Garçons, copeiros, chaveiros, etc... Os salários? Entre R$ 1,2 mil e R$ 6 mil mensais. Alegou-se, veja você, que há “carência de mão-de-obra”.
Simultaneamente, decidiu-se renovar o contrato com a Plansul, uma provedora de mão de obra que fora acusada de superfaturar os serviços.
Sob esse contrato, mais 327 terceirizados. Vão à área de comunicação do Senado. Até dezembro, mais R$ 17 milhões.
A crise pós-Sarney ofereceu ao Senado a oportunidade de informar ao país do que é feito.
Os senadores poderiam ter optado pela sensatez. Preferiram anunciar à nação que o Senado é feito de desfaçatez.
Para completar o escárnio, acontece contra um pano de fundo que inclui a candidatura de Agaciel Maia a deputado da Câmara Legislativa do DF.
Sim, o ex-super-diretor-geral do Senado, compadre de Sarney, vai às urnas. Ganhará imunidade nas pegadas da sanção do projeto Ficha Limpa.
Em tempos de Copa, resta gritar, a pelnos pulmões: Brasillllllll!
Fonte: Blog do Josias - folha de S. paulo
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