PT vai se reunir nesta segunda-feira, em Brasília, para bater o martelo sobre as principais reivindicações do PSB nas alianças estaduais para as eleições. O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, e membros da coordenação da campanha da petista Dilma Rousseff discutem a “fatura” do PSB imposta ao presidente Lula pela retirada de Ciro Gomes (PSB) da disputa pelo Palácio do Planalto. Os socialistas querem a garantia de que os petistas vão ajudar a formação de coligações fortes em cinco Estados: São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Piauí e o Amapá.
No último final de semana, petistas e socialistas acertaram detalhes das candidaturas estaduais por telefone. Hoje, no final da tarde, vão expor as decisões durante reunião do PT. Por volta das 21h, o presidente do PSB, Eduardo Campos, desembarca em Brasília e deve receber retorno do seu pedido. A avaliação do PSB é a de que as reivindicações são costuras “simples”. Para o PT, a maioria dos pedidos não envolve diretamente o partido e sim aliados. Por isso, o PT precisou consultar partidos da base aliada como o PCdoB e PR.
Lula escalou o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel para promover as negociações que ajudem as coligações do PSB. O mineiro também é um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff (PT), candidata que deverá ganhar o apoio do PSB após a saída de Ciro da corrida eleitoral. Campos, porém, já deixou claro que isso só irá acontecer se Pimentel cumprir o que prometeu na sexta-feira passada.
O prazo é curto. O PSB marcou para esta terça-feira a reunião da Executiva Nacional que, em princípio, enterrará a candidatura de Ciro e aprovará o apoio a Dilma. Campos trabalha para isso, mas condiciona o resultado à solução de problemas estaduais. O iG apurou que a maioria dos diretórios socialistas queriam a candidatura própria. Contudo, uma ação de membros do partido a pedido de Campos fez com que o quadro fosse revertido.
No jargão político, uma coligação forte significa reunir apoio suficiente para ter tempo de TV, número significativo de candidatos nas eleições proporcionais (de deputados estaduais e federais) e estrutura partidária em municípios. Ou seja, quanto maior for o número de aliados dentro de uma coligação, mais competitivo será o candidato que ela representa.
Em São Paulo, o partido tem Paulo Skaf como pré-candidato ao governo. O presidente do PSB quer que o PT libere o PP e o PR para apoiá-lo. Além disso, vai insistir para ter o PC do B, que deverá lançar o vereador Netinho de Paula como candidato ao Senado.
Ainda em São Paulo, o PSB quer ser o segundo palanque de Dilma Rousseff no Estado. O primeiro será o de Aloizio Mercadante (PT). Na visão dos socialistas, Lula já teria dado um sinal de que isso poderia ocorrer. O presidente não foi ao lançamento da pré-candidatura de Mercadante realizado neste sábado.
No Espírito Santo, o senador Renato Casagrande (PSB) deseja disputar o governo do Estado contra o candidato governista Ricardo Ferraço (PMDB), que deverá contar com o apoio do PT. Por isso, Casagrande tenta atrair o PC do B e o PR, partidos que integram a base governista lideradas pelos petistas em âmbito nacional.
No Rio Grande do Sul, o candidato socialista ao governo é o deputado Beto Albuquerque. Ele também quer o PC do B como aliado. Para isso, depende do aval do PT local, cujo candidato será o ex-ministro Tarso Genro. No Piauí e no Amapá, os petistas terão candidatos a governador e querem contar com o apoio do PT.
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