quarta-feira, 3 de março de 2010

Bancada de Aécio desmente governador de Minas e faz campanha pela desistência de Serra

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), passou o dia negando que pense em voltar a ser candidato do PSDB a presidente da República, no lugar do governador de São Paulo, José Serra. Não convenceu. E o motivo é sua bancada.

Parlamentares do PSDB, do DEM e até de partidos que no plano nacional apóiam o governo Luiz Inácio Lula da Silva estão em campanha aberta pela desistência de Serra, e para que Aécio assuma como o candidato da legenda.

Presidente nacional do Partido Democratas, o deputado Rodrigo Maia (RJ), diz-se preocupado: “Temo pelos próprios mineiros, que já se frustraram quando Aécio anunciou que seria candidato ao Senado. Agora eles podem se decepcionar novamente, apostando na desistência de Serra. Esse jogo é muito ruim tanto para o PSDB como para todos nós que estamos juntos.”

Mal ele acabou de falar, seu colega de partido, o deputado mineiro Marcos Monte, retrucou: “A verdade é que, em Minas, não há empolgação pela candidatura Serra, com a gente sabendo que o Aécio seria um candidato muito melhor.”

Coordenador da bancada mineira na Câmara, Nárcio Rodrigues (PSDB) explica o sentimento do grupo:

“O que irrita é que a cúpula do PSDB sequer levou em conta a candidatura Aécio. Os paulistas decidiram que o candidato é o Serra e ponto final. Quando todos sabemos que o Aécio tem muito maior capacidade de agregação. E agora, para irritar muito mais, vêm com a história de que o Aécio tem que ser vice. Que se não for, será o culpado pela derrota do Serra. Ora, o Serra é que tem que correr atrás dos seus votos. Não pode culpar o Aécio.”

Na avaliação de Nárco, se Será desistir, os votos dele em São Paulo tendem a migrar para Aécio. Mas, se Serra for o candidato, é mais difícil os votos dele irem para o Serra.

“O fato é que Lula tem muita penetração em Minas. E, para piorar, a Dilma é mineira. Além disso, PMDB e PT tendem a fechar acordo no Estado. Fica muito difícil para o Serra penetrar nesse eleitorado”, explica.

Já o deputado Julio Delgado (PSB-MG) se diz mais otimista quanto à desistência de Serra, depois da solenidade em homenagem ao Tancredo no Congresso.

“Ao chegar no Congresso, ele estava sendo pressionado pela cúpula tucana a aceitar a vaga de vice do Serra. Já tinha deixad claro para todos que é melhor candidato a residente da República. Serra ficou o tempo inteiro cercado pelos tucanos de São Paulo. Aécio saiu praticamente nos braços de aliados de todos os partidos, do PMDB ao meu PSB, passando pelo PSDB e pelo DEM.”

Sendo ou não corretas as avaliações dos aliados de Aécio, uma coisa é certa: eles estão em plena campanha para que o governador de Minas assuma o lugar do de São Paulo na corrida presidencial.

03/03 - 18:03 - Tales Faria, iG Brasília
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