Clarissa Oliveira - O Estadao de S.Paulo
Dizendo não ter pressa para ver oficializada sua pré-candidatura à Presidência, o deputado Ciro Gomes (PSB) criticou duramente o Congresso Nacional e disse já ter ao menos uma certeza: a de que não voltará à Câmara caso seu plano de disputar o Palácio do Planalto na eleição de outubro não se concretize.
Após participar ontem à tarde de um seminário com auditores da Receita Federal, Ciro negou que já tenha uma conversa agendada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar de seu futuro político. E, ao encerrar uma rápida entrevista, brincou com os jornalistas: "Vou ganhar a eleição. Anotem isso. Vocês estão falando com o próximo presidente do Brasil."
Ciro disse que se sente "solitário" na Câmara, apesar de reconhecer no Congresso o "santuário da democracia". "Nós vamos para o Congresso, 513 homens e mulheres, vestindo paletó e gravata, gente decente, boa, inteligente, chega ali e há uma bola de "estupidificação", uma coisa inacreditável", afirmou.
A fala veio acompanhada de mais uma crítica à "moral frouxa" da aliança PT-PMDB. Aproveitando o tema, o deputado alegou que um eventual governo seu será baseado em uma coalizão entre PT, PSDB e PSB.
Sob pressão do Planalto para que abandone a corrida presidencial, Ciro disse que está disposto a esperar até junho, mês em que ocorrem as convenções partidárias, para ver sua pré-candidatura sacramentada pelo PSB. E negou ter qualquer preocupação com escasso tempo de propaganda no rádio e na televisão a que sua sigla tem direito.
"Eu confio no equilíbrio da imprensa brasileira, que está me devendo", argumentou. A dívida, disse ele, se refere às eleições de 1998, quando disputou com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Foi a primeira vez na democracia brasileira em que houve uma eleição presidencial sem nenhum debate."
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100323/not_imp527936,0.php
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