Ao que parece, a sucessão estadual será mesmo decidida no segundo tempo da partida. As inserções do senador Renato Casagrande (PSB) não deixam dúvidas de que ele é candidatíssimo. Os obstáculos que vem sendo apresentados para a candidatura de Casagrande parecem estar sendo contornados pelo partido.
Um dos passos tomados pelo próprio partido foi a tentativa de descolar a candidatura do senador no Estado da necessidade do palanque de Ciro Gomes (PSB-CE) a presidente. O que deixou a imagem de Renato Casagrande solta para conversar com as lideranças.
Os partidos ficam na expectativa de que Renato se defina para poder fechar as alianças. Interessados em fechar com ele existem, apesar do cerco. Quanto à questão do financiamento para a campanha, o obstáculo não parece intransponível.
Em 2006, o socialista foi o terceiro na lista de receita de campanha no País. É verdade que foi o governador Paulo Hartung (PMDB) quem conseguiu boa parte dessa verba. Mas, este ano, a coisa é diferente, Renato está dentro do processo. Tem a tranquilidade de, na pior das hipóteses, perder a eleição ao governo, saindo com a imagem fortalecida no eleitorado, para cumprir mais quatro anos de mandato.
Desta vez, Renato não tem amarras com o governador e poderá dialogar com os financiadores de igual para igual com os demais candidatos ao governo, pois já mostrou sua competitividade tanto na Grande Vitória, quanto no interior.
Por mais que o governador e seus aliados se movimentem para desidratar as candidaturas de Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) e Renato Casagrande, será muito difícil evitar uma eleição sucessória com quatro candidatos e dois turnos.
E aí é que mora o perigo, porque por mais que Ricardo Ferraço tenha dado demonstrações de sua densidade política e capacidade eleitoral, a tendência é de que o tucano e o socialista se unam na segunda fase. Lembrando que o adversário não será o governador Paulo Hartung e sim Ricardo Ferraço. O que deixa claro que a discussão será dois contra um. Não contra o projeto do governo, mas contra o candidato do PMDB.
Isso sem falar na ex-deputada estadual Brice Bragato (Psol), que vai usar seu espaço para mandar bala na unanimidade política criada em torno do palácio Anchieta. O jogo promete ser bom.
Fragmentos
1 – Há a expectativa de que o presidenciável Ciro Gomes (PSB-CE) compareça à prestação anual de contas do correligionário Renato Casagrande no Estado.
2 – “Aberto ao debate, de forma civilizada e competente, o neoambientalista-com-muito-orgulho, Nelson Aguiar”, assim finalizou seu discurso na Câmara de Vereadores de Anchieta, o advogado Nelson Aguiar, em resposta ao governador Paulo Hartung, que defendeu as poluidoras Jurong e Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU), da Vale, no jornal “A Gazeta”.
3 – César Colnago (PSDB) está dando como favas contadas a chapa José Serra e Aécio Neves. Em 2004, ele também dava como certa a eleição para a prefeitura de Vitória.
Renata Oliveira
http://www.seculodiario.com.br/exibir_not_coluna.asp?id=2343
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